Notícia
Rui Rio pede actuação do Banco de Portugal
No encerramento da Universidade de Verão do PSD, Rio apontou três críticas ao Governo: seguir uma estratégia económica errada, fazer promessas que não pode cumprir e degradar os serviços públicos. O presidente do PSD defendeu verbas para a formação política dos jovens.
09 de Setembro de 2018 às 15:33
O presidente do PSD alertou hoje para o "endividamento crescente das famílias" em Portugal e pediu que, "no momento certo", o Banco de Portugal intervenha para que não se volte "a pôr o carro à frente dos bois".
Na intervenção de encerramento da 16.ª edição da Universidade de Verão do PSD, que decorre desde segunda-feira em Castelo de Vide (Portalegre), Rui Rio dedicou grande parte do discurso a falar directamente aos alunos e, de forma irónica, resolveu 'vestir' a pele de comentador e fazer um balanço da sua intervenção, que ia a meio e até então sem críticas ao executivo.
"Falou de formação, de interesse nacional, nem uma palavra crítica aos outros, nenhum insulto, nenhum 'sound byte', nenhuma promessa boa - como baixar impostos, os passes sociais - ele não percebe nada disto, assim não vamos lá, assim o partido não descola", analisou, na terceira pessoa.
"Vamos lá dizer mais qualquer coisa para verem que percebo qualquer coisa disto", acrescentou, entre risos dos alunos da Universidade de verão.
Farpas ao Governo
Rio apontou então três características negativas ao Governo: seguir uma estratégia económica errada, fazer promessas que não pode cumprir e degradar os serviços públicos.
No capítulo económico, Rio reiterou as críticas ao modelo de crescimento pelo consumo, considerando que se os problemas gerados por esta aposta "não têm uma dimensão de há sete ou oito anos" - período antes de Portugal pedir ajuda externa "é a mesma linha de rumo".
Para o presidente do PSD, "o endividamento crescente das famílias" é um sinal de alerta que "ainda nem vem nos jornais", e "que ainda pode emendar-se", mas pediu atenção ao Governo, à banca e ao Banco de Portugal, "outro elemento que tem de aprender com erros do passado".
"Espero que o Banco de Portugal esteja atento a estes indicadores e actue, no momento certo, para que isto caminhe ao ritmo que é possível caminhar e não, como se diz em linguagem popular pôr o carro à frente dos bois, porque sempre que pusemos a coisa correu mal", apelou.
Rui Rio voltou a confrontar o Governo com os problemas na saúde, onde considera existir além da falta de meios "um certo autismo", da CP e até da TAP, questionando porque é que o Estado não intervém se lutou para manter a transportadora aérea maioritariamente pública.
"Porque é que não intervém para pôr a TAP a funcionar como deve ser, seja no país, seja na Madeira?", questionou.
O presidente do PSD aflorou o diferendo entre o Governo e os professores, acusando o executivo de ter prometido "o que sabia de antemão que não podia dar", mas preferiu centrar o grosso do seu discurso nos jovens que tinha à sua frente, eventuais futuros políticos sociais-democratas.
"Renunciem sempre a uma prática muito comum que é o tacticismo: quando vocês discordarem, discordem, quando concordarem, concordem, de forma genuína e séria, sem tácticas, se não não mudamos nada na política", apelou.
Verbas para a formação política de jovens
O presidente do PSD defendeu que a formação política -- de jovens e menos jovens - é "absolutamente vital" e recordou que, há vinte anos, defendeu isolado num grupo de trabalho parlamentar sobre financiamento partidário verbas para esse efeito inscritas na lei.
A ideia, explicou, não avançou porque "os outros tiveram medo de títulos de jornais", e aproveitou este exemplo para defender a sua visão sobre a relação entre partidos e comunicação social.
"Na política temos de estar em nome do serviço público e nos órgãos de comunicação social é mais das vendas e do lucro. Têm de vender se não fecham, são objetivos poucas vezes conciliáveis", afirmou, dizendo não se tratar de uma crítica.
Rio defendeu que veio para a política para "fazer diferente" e quebrar "com o politicamente e mediaticamente correto", e justificou os acordos já assinados entre o PSD liderado por si e o Governo.
"Quem está fechado nos corredores da política, do parlamento, dos partidos, da comunicação social, tem de perceber que lá fora falam uma linguagem diferente. Lá fora não querem que eu seja contra os outros, querem que seja a favor do país", defendeu.
Desta vez, Rio não falou diretamente para os críticos internos -- ao contrário do que aconteceu há uma semana na Festa do Pontal -, apenas afirmando que os militantes "não têm de estar todos de acordo, têm é de ser leais e construtivos".
"Venham para a política, mas venham assim. Se não vêm assim, vêm estragar, vêm fazer pior do que o que já cá está", pediu aos jovens 'alunos'.
Na intervenção de encerramento da 16.ª edição da Universidade de Verão do PSD, que decorre desde segunda-feira em Castelo de Vide (Portalegre), Rui Rio dedicou grande parte do discurso a falar directamente aos alunos e, de forma irónica, resolveu 'vestir' a pele de comentador e fazer um balanço da sua intervenção, que ia a meio e até então sem críticas ao executivo.
"Vamos lá dizer mais qualquer coisa para verem que percebo qualquer coisa disto", acrescentou, entre risos dos alunos da Universidade de verão.
Farpas ao Governo
Rio apontou então três características negativas ao Governo: seguir uma estratégia económica errada, fazer promessas que não pode cumprir e degradar os serviços públicos.
No capítulo económico, Rio reiterou as críticas ao modelo de crescimento pelo consumo, considerando que se os problemas gerados por esta aposta "não têm uma dimensão de há sete ou oito anos" - período antes de Portugal pedir ajuda externa "é a mesma linha de rumo".
Para o presidente do PSD, "o endividamento crescente das famílias" é um sinal de alerta que "ainda nem vem nos jornais", e "que ainda pode emendar-se", mas pediu atenção ao Governo, à banca e ao Banco de Portugal, "outro elemento que tem de aprender com erros do passado".
"Espero que o Banco de Portugal esteja atento a estes indicadores e actue, no momento certo, para que isto caminhe ao ritmo que é possível caminhar e não, como se diz em linguagem popular pôr o carro à frente dos bois, porque sempre que pusemos a coisa correu mal", apelou.
Rui Rio voltou a confrontar o Governo com os problemas na saúde, onde considera existir além da falta de meios "um certo autismo", da CP e até da TAP, questionando porque é que o Estado não intervém se lutou para manter a transportadora aérea maioritariamente pública.
"Porque é que não intervém para pôr a TAP a funcionar como deve ser, seja no país, seja na Madeira?", questionou.
O presidente do PSD aflorou o diferendo entre o Governo e os professores, acusando o executivo de ter prometido "o que sabia de antemão que não podia dar", mas preferiu centrar o grosso do seu discurso nos jovens que tinha à sua frente, eventuais futuros políticos sociais-democratas.
"Renunciem sempre a uma prática muito comum que é o tacticismo: quando vocês discordarem, discordem, quando concordarem, concordem, de forma genuína e séria, sem tácticas, se não não mudamos nada na política", apelou.
Verbas para a formação política de jovens
O presidente do PSD defendeu que a formação política -- de jovens e menos jovens - é "absolutamente vital" e recordou que, há vinte anos, defendeu isolado num grupo de trabalho parlamentar sobre financiamento partidário verbas para esse efeito inscritas na lei.
A ideia, explicou, não avançou porque "os outros tiveram medo de títulos de jornais", e aproveitou este exemplo para defender a sua visão sobre a relação entre partidos e comunicação social.
"Na política temos de estar em nome do serviço público e nos órgãos de comunicação social é mais das vendas e do lucro. Têm de vender se não fecham, são objetivos poucas vezes conciliáveis", afirmou, dizendo não se tratar de uma crítica.
Rio defendeu que veio para a política para "fazer diferente" e quebrar "com o politicamente e mediaticamente correto", e justificou os acordos já assinados entre o PSD liderado por si e o Governo.
"Quem está fechado nos corredores da política, do parlamento, dos partidos, da comunicação social, tem de perceber que lá fora falam uma linguagem diferente. Lá fora não querem que eu seja contra os outros, querem que seja a favor do país", defendeu.
Desta vez, Rio não falou diretamente para os críticos internos -- ao contrário do que aconteceu há uma semana na Festa do Pontal -, apenas afirmando que os militantes "não têm de estar todos de acordo, têm é de ser leais e construtivos".
"Venham para a política, mas venham assim. Se não vêm assim, vêm estragar, vêm fazer pior do que o que já cá está", pediu aos jovens 'alunos'.