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Rio acusa Governo de enganar os portugueses e de "vender gato por lebre"

O presidente do PSD, Rui Rio, acusou o Governo de "enganar os portugueses" e de "vender gato por lebre", defendendo que é essa atitude que tem gerado "um surto brutal de greves".

19 de Dezembro de 2018 às 23:52
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"O povo diz que quem semeia ventos colhe tempestades, eu diria que quem semeia ilusões, colhe greves. Estas greves são o resultado de quem vendeu uma realidade que é virtual e não corresponde ao que o país é capaz de dar", acusou, numa intervenção antes do jantar de Natal do grupo parlamentar do PSD, na Assembleia da República.

 

Num discurso de cerca de 40 minutos, Rio apontou três marcas principais que considera caracterizarem os três anos de governação socialista: falta de estratégia de crescimento económico, degradação dos serviços públicos e ser um Governo que "engana os portugueses".

 

Dizendo querer "ser preciso com as palavras", o líder social-democrata fez questão de distinguir mentira de engano. "Este Governo vende gato por lebre, engana quando promete e não cumpre", acusou, apontando como exemplos promessas do executivo como a descida dos impostos sobre os combustíveis, a baixa do IVA da electricidade ou a contagem do tempo de serviços dos professores.

 

Em todas estas matérias, Rio considerou que o Governo não mentiu "mas enganou" os portugueses, e recorreu a uma quadra do poeta popular António Aleixo para ilustrar o seu pensamento. "'Para a mentira ser segura e atingir profundidade, tem de trazer à mistura qualquer coisa de verdade'. É isto a base da política de comunicação do PS", acusou.

 

Perante o grupo parlamentar social-democrata, com que tem tido por vezes uma relação tensa, Rui Rio sublinhou que "não há outra possibilidade de alternativa à governação actual que não passe pelo PSD". "Aquilo que eu espero é que o tal Ano Novo de 2019 seja o momento em que nós, mais uma vez na nossa história, vamos honrar as nossas responsabilidades e ser capazes de construir essa alternativa para Portugal", apelou.

 

Sobre a onda de greves, Rio considerou que representa "um falhanço precoce" da política do Governo, já que acontece apesar de este ter tentado "comprar a paz social em nome do próximo ato eleitoral". "É de esperar que no futuro quem cá estiver vá ter problemas sérios de convulsões sociais, porque a política não foi orientada para a frente", alertou.

 

Antes, o líder parlamentar do PSD, Fernando Negrão, acusou o Governo de falta de sensibilidade social e de sentido institucional e apelou também a que todos estejam "unidos à volta do líder do partido" para as três eleições do próximo ano.

 

"Quem se mete com o povo leva e o PS está a levar de facto (...) Os portugueses querem uma alternativa e a única que há é o PSD, que nestas eleições deve lutar contra o PS e contra todas as formas de populismo que possam aparecer", apelou.

 

No início do seu discurso, Rio tinha recordado um outro jantar de Natal na Assembleia da República, há exactamente 17 anos, poucos dias depois de ter vencido a Câmara do Porto e Pedro Santana Lopes a de Lisboa. "Que este jantar possa ser a mola impulsionadora para podermos daqui a uns meses ter vitórias não tão estrondosas, mas vitórias reais", desejou.

 

De presente de Natal, Rio recebeu de Negrão uma colectânea dos discursos do fundador do partido Francisco Sá Carneiro - a prenda oferecida também aos deputados - e, apenas para o líder do partido, uma colectânea dos seus próprios discursos enquanto foi deputado entre 1991 e 2001.

 

"O Dr. Rui Rio foi um deputado combativo, que não deixava nada para trás e que, quando era preciso responder, respondia sempre. Tenho a certeza que melhor que ninguém compreende o nosso trabalho de todos os dias", afirmou o líder parlamentar.

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