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Reunião entre Biden e McCarthy termina sem acordo. Mas otimismo é agora maior

O impasse tem colocado em dúvida a viabilidade financeira do governo federal, que, segundo a secretária norte-americana do Tesouro, Janet Yellen, poderá levar a que os EUA entrem em incumprimento já a partir de 1 de junho.

Reuters
23 de Maio de 2023 às 02:00
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Não há ainda acordo político em torno do tecto da dívida nos Estados Unidos – que, se não for aumentado, deixa o país em apuros, já que o governo federal poderá não conseguir realizar os seus pagamentos a partir de 1 de junho, colocando o país em incumprimento. No entanto, o cenário está mais promissor.

 

O presidente norte-americano, Joe Biden, reuniu-se com o "speaker" da maioria republicana na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, para tentarem superar o impasse, mas ainda não foi esta segunda-feira que chegaram a entendimento. A reunião começou às 17h30 de Washington (22h30 em Lisboa) e já passava da meia-noite por cá quando foi anunciado que não havia ainda acordo. Mas ambos revelaram estar mais otimistas.

 

"Acredito que chegaremos a um acordo", declarou o presidente da Câmara dos Representantes aos jornalistas presentes. Segundo McCarthy, o motivo do impasse entre democratas e republicanos continua a ser o mesmo: os gastos. Ainda assim, apesar de reconhecer os diferendos, afirmou que o tom da reunião "foi melhor do que em qualquer outra altura".

Já Joe Biden declarou que a reunião foi "produtiva", acrescentando que ambos têm um ponto assente: "o 'default' não é uma opção".

 

Este impasse tem colocado em dúvida a viabilidade financeira do governo federal, que, segundo a secretária norte-americana do Tesouro, Janet Yellen, poderá levar a que os EUA entrem em incumprimento já a partir de 1 de junho.

 

O atual limite ao endividamento – o chamado "debt ceiling" – está nos 31,4 biliões de dólares mas foi atingido a 19 de janeiro. O Tesouro dos EUA tem conseguido honrar os pagamentos necessários, mas poderá estar prestes a deixar de ter condições para isso. Yellen tem, por isso, alertado para o risco de um "default" no arranque do próximo mês.

 

O tecto aplica-se à dívida detida pelo público em geral (ou seja, quem compra Obrigações do Tesouro, como investidores privados, fundos de pensões e outros governos) e ao dinheiro que é devido aos vários programas que são financiados pelo governo federal, como a Segurança Social e a Medicare, destinando-se também aos salários dos militares, juros da dívida soberana, reembolsos fiscais e outros pagamentos.

 

O desacordo entre democratas e republicanos tem deixado também os investidores em modo pausa, a prefirem usar de cautela, já que, sem um entendimento entre as duas partes, fica posta em causa a aprovação de um aumento do "debt ceiling" no Congresso (mas por via da "House", já que o Senado não tem suscitado preocupação por ter maioria democrata).

 

O que os divide, essencialmente, é mesmo a despesa pública. McCarthy tem pressionado a Casa Branca para definir cortes nos gastos do orçamento federal que Biden considera "extremos". Já o presidente dos EUA tem defendido novos impostos sobre os mais ricos – que os republicanos rejeitam.

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