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PSD reitera que primeiro-ministro foi negligente e displicente nos incêndios

O líder parlamentar do PSD, Hugo Soares, acusou hoje o primeiro-ministro de ter sido "negligente e displicente" na prevenção e combate aos incêndios, considerando que "disse o óbvio" ao assumir que falhou "em toda a linha".

Bruno Simão/Negócios
30 de Outubro de 2017 às 13:03
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As jornadas parlamentares do PSD arrancaram hoje com uma visita às áreas ardidas do concelho de Monção (Viana do Castelo), onde os jornalistas questionaram Hugo Soares sobre a entrevista do primeiro-ministro, António Costa, à TVI, no domingo à noite, na qual admitiu que houve "uma subestimação dos riscos" de incêndios neste mês e "seguramente carência de meios" no combate aos fogos.

 

"O senhor primeiro-ministro disse o óbvio, creio que ninguém no país ainda não tinha percebido que o primeiro-ministro foi negligente e displicente a lidar e gerir toda esta situação", afirmou, salientando que existiram avisos quer do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), quer da Liga de Bombeiros.

 

Para o líder parlamentar do PSD, António Costa "não tinha comando político" e tinha uma "ministra demissionária" da Administração Interna, que quis manter para "lhe servir como escudo".

 

"O que disse ontem foi apenas o óbvio, disse: 'Falhámos em toda a linha e a culpa foi nossa'", afirmou.

 

Já sobre as relações entre o primeiro-ministro e o Presidente da República, também abordadas na entrevista, Hugo Soares remeteu a questão para António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, mas admitiu que "o espectáculo que o Governo fez" por diferentes fontes sobre este assunto "não abona nada a favor das boas relações institucionais que todos querem que haja".

 

"Este é um Governo que repetidamente tem muita dificuldade em lidar com a crítica, não aceita sequer as sugestões e as propostas dos outros e, por isso, se atrasa na resposta às pessoas", acusou.

 

Questionado se não há também responsabilidades do anterior Governo PSD/CDS-PP no desinvestimento no interior, Hugo Soares admitiu que o executivo liderado por Pedro Passos Coelho teria gostado de "fazer muito mais", mas ainda assim introduziu na agenda política temas como a natalidade e os territórios de baixa densidade.

 

"Gostaríamos de ter feito muito mais se o governo socialista de José Sócrates - onde António Costa era número dois no PS - não tivesse deixado o país com uma mão à frente e outra atrás, às portas da bancarrota", criticou Hugo Soares.

 

Ao lado do presidente da Câmara de Monção, o recém-eleito António Barbosa (PSD), Hugo Soares visitou a freguesia de Merufe, onde arderam mais de 4.000 hectares - cerca de um terço da área total -, se perderam três casas de primeira habitação, uma empresa e se registaram duas vítimas mortais indirectas (uma num acidente de trator no combate ao incêndio e outra, que tinha problemas respiratórios, por inalação de fumos).

 

"Este concelho não tem tido a mediatização que outros pontos do país têm, fizemos questão de cá vir, ver no terreno o sofrimento das pessoas, as necessidades primeiras a que as câmaras e o Estado devem acorrer", justificou Hugo Soares.

 

Uma das vítimas em Merufe foi Maria, 63 anos, que viu a sua casa ficar quase completamente destruída na noite de 15 de Outubro, apesar da ajuda dos sapadores e de alguns vizinhos.

 

Com alguma ajuda, "pequenina", do seguro, Maria recebeu hoje garantias do presidente da Câmara que, por se tratar de uma primeira habitação, irá ter auxílio para a reconstrução.

 

"Os deputados do PSD estão no terreno desde os incêndios de Pedrógão, em reuniões com a Autoridade Nacional da Protecção Civil, com as populações, com presidentes de junta e Câmara", afirmou Hugo Soares, assegurando que o partido "não esquecerá" estas pessoas, nomeadamente através de medidas legislativas já anunciadas como isenções fiscais para empresas e famílias afectadas.

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