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Costa assume compromisso para que relações com Presidente "sejam tão boas, tão ricas e favoráveis" como têm sido
O primeiro-ministro, em entrevista à TVI, assume que não ponderou demitir-se, mas admite que houve um subestimar das circunstâncias que levaram aos incêndios de Outubro. Não comenta o discurso de Marcelo que tem sido referido como o que motivou a demissão da ministra da Administração Interna.
"Da minha parte não há crispação", assumiu à TVI, não comentando a declaração de Marcelo Rebelo de Sousa na semana dos incêndios. "As minhas conversas com o Presidente da República são entre nós e não são para ser tornadas públicas nem agora nem em futuro livro de memórias".
Agora, em relação a Marcelo Rebelo de Sousa assume que "estamos totalmente empenhados em manter esse nível cooperação. E não me passa pela cabeça que não exista essa ideia do actual Presidente".
Voltou a recusar comentar o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa: "Um dos bons contributos que devo dar é não comentar a actividade do Presidente. Não me compete a mim fazer, não irei fazê-lo".
"Ao cidadão o que interessa é que o primeiro-ministro tenha com o Presidenteuma relação franca, leal e seria uma enorme perda que fosse prejudicada", reforçando que "enquanto primeiro-ministro o que digo é com o actual presidente, com o anterior, com o futuro terei sempre essa relação de lealdade". Assume, mesmo, que "o compromisso que tenho é tudo fazer para que relações sejam tão boas, tão ricas e favoráveis a um bom entendimento institucional como temos tido ao longo dos últimos dois anos".
António Costa não respondeu quando questionado se a ministra da Administração Interna manter-se-ia em funções se Marcelo Rebelo de Sousa não tivesse feito o discurso duro que fez no dia anterior a ter-se ficado a conhecer a demissão de Constança Urbano de Sousa.
"Não vou responder" se ela continuaria em funções. "Não é o tema relevante hoje em dia", depois de o governo ter sido "reconstituído e reconfirmado no exercício das suas funções".
O primeiro-ministro não considerou a sua própria demissão, mas agora assume que hoje "é manifesto que houve subestimação dos riscos da primeira quinzena de Outubro, houve seguramente carência de meios. Ouvindo a população bombeiros, autarcas todos temos bem noção da excepcionalidade que aconteceu no dia 15 de Outubro", mas "obviamente houve subestimação", mas "tivemos fenómenos de projecção e força dos ventos devastadores. Todos os meios teriam sido insuficientes".
Quanto ao impacto no défice das despesas com a recuperação por causa dos incêndios, António Costa mostrou convencido de que não irá contar para penalizar esse indicador, porque há regras que permitem o tratamento diferenciado de medidas desta natureza excepcional. Mas, acrescentou, "a última das preocupações que temos de ter neste momento é saber o seu peso para défice. Não podemos abandonar o objectivo ter contas publicas sãs, mas em nome do défice ou com essa obsessão não podemos deixar de fazer o que é necessário fazer".
(notícia actualizada com mais declarações)