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PCP atribui crescimento à diminuição dos preços das matérias-primas
O deputado do PCP Paulo Sá atribuiu este quinta-feira o crescimento da economia portuguesa à diminuição dos preços das matérias-primas nos mercados internacionais, considerando que se trata de "um crescimento económico anémico, insuficiente para as necessidades de desenvolvimento".
"A Comissão Europeia aponta um crescimento de todas as economias europeias essencialmente devido à diminuição dos preços das matérias-primas nos mercados internacionais, com particular destaque para a diminuição do preço do petróleo", afirmou o deputado do PCP Paulo Sá, em declarações aos jornalistas no parlamento numa reacção às previsões de inverno da comissão europeia hoje divulgadas.
Essa diminuição dos preços das matérias-primas nos mercados internacionais, acrescentou, afecta todas as economias europeias, em particular a economia portuguesa que beneficia deste efeito.
Nos dados conhecidos esta manhã, a Comissão Europeia reviu em alta as perspectivas de crescimento económico em Portugal este ano, estimando agora que o PIB cresça 1,6%, ligeiramente acima do que previu em Dezembro e das previsões do Governo para 2015.
Quanto ao défice orçamental, Bruxelas prevê que em 2015 se atinja os 3,2%, uma ligeira melhoria face às últimas previsões, embora continuem a ser mais pessimistas do que o Governo, que antecipa um défice de 2,7%.
Para 2014, a Comissão Europeia antecipa que o défice orçamental seja de 4,6% do PIB, devido à "sólida recolha de impostos" e à "contenção efectiva da despesa", uma meta mais optimista que a do Governo.
Comentando estes números, o deputado comunista ressalvou que mais importante do que a diferença de uma décima entre as previsões do Governo e de Bruxelas é o facto de se tratar de um "crescimento económico anémico, insuficiente para as necessidades de desenvolvimento do país e que resulta da opção do Governo por uma política de austeridade".
Por outro lado, continuou, a Comissão Europeia prevê um défice acima das previsões do Governo. Porém, defendeu, "mais importante do que umas décimas para cima ou para baixo é a questão de como é que o Governo consegue reduzir o défice", seja à custa de cortes de salários e pensões ou de "um brutal aumento de impostos".
"A Comissão Europeia prevê também que a dívida pública se vai manter a um nível muito elevado, insuportável. O facto da dívida pública ter estes valores elevadíssimos dá força à proposta e razão à proposta do PCP da necessidade de renegociar a dívida pública", acrescentou.