Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

PCP diz que 2017 poderá "corresponder" aos objectivos traçados pelo PR

O PCP considerou este domingo que o ano de 2017 poderá “corresponder” aos objectivos traçados pelo Presidente da República, caso o país renegocie a dívida, abandone o euro e avance no controlo público da banca.

Miguel Baltazar/Negócios
01 de Janeiro de 2017 às 23:40
  • ...

Marcelo Rebelo de Sousa, numa comunicação ao país gravada no Palácio de Belém, considerou este domingo, 1 de Janeiro, 2016 o ano da "gestão do imediato" e desejou mais "crescimento económico" em 2017, reconhecendo "pequenos passos", mas "muito por fazer".

Na reacção à mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa, Manuel Rodrigues, que integra a Comissão Política do PCP, disse à agência Lusa que, para o PCP, o ano de 2017 "poderá corresponder" aos objectivos traçados pelo Presidente da República, caso o país rompa com os "constrangimentos que impedem" o seu desenvolvimento.

"Para o PCP, o ano de 2017 poderá corresponder a este objectivo se, efectivamente, rompermos com constrangimentos que impedem o nosso desenvolvimento soberano, designadamente se Portugal promover a renegociação da sua divida, se libertar da submissão ao euro e avançar no controlo público da banca e dos seus sectores estratégicos", disse.


O PCP reconhece que em 2016 foram dados "passos positivos"na reposição, defesa e conquista de direitos, defendendo que "não haverá desenvolvimento soberano" no país sem que se "reponha e defenda" o aparelho produtivo e se "valorize" a produção nacional.


"Sem que se valorize o trabalho e os trabalhadores, assegurando todos os seus direitos fundamentais, maior justiça fiscal, que se promova uma administração pública que garanta a concretização das funções sociais do Estado, com qualidade a todos os cidadão e em qualquer parte no país, só neste sentido haverá o desenvolvimento soberano que o país precisa e pelo qual o PCP continuará a bater-se", disse.


Na sua primeira comunicação ao país por ocasião do Ano Novo, de cerca de oito minutos, o Chefe de Estado considerou "indesmentível" a existência de "estabilidade social e política", salientando o acordo sobre o salário mínimo, a aceitação de dois Orçamentos do Estado pela União Europeia, o cumprimento das obrigações internacionais, o reforço do sistema bancário e a compensação a alguns dos mais atingidos pela crise.


"Quer isto dizer que demos passos - pequenos que sejam - para corrigir injustiças e criámos um clima menos tenso, menos dividido, menos negativo cá dentro e uma imagem mais confiável lá fora, afastando o espectro da crise política iminente, de fracasso financeiro, de instabilidade social que, para muitos, era inevitável. Tudo isto foi obra nossa - nossa, de todos os portugueses. No entanto, ficou muito por fazer", vincou.


Apesar de um "balanço positivo", Rebelo de Sousa lamentou o crescimento da economia "tardio e insuficiente", os cortes de financiamento em "domínios sociais", a dívida pública "muito elevada" e o sistema de justiça "lento".


"O caminho para 2017 é muito simples - não perder o que de bom houve em 2016 e corrigir o que falhou no ano passado. Não perder estabilidade política, paz e concertação, rigor financeiro, cumprimento de compromissos externos, maior justiça social, formação aberta ao mundo, proximidade entre poder e povo", defendeu.


O Presidente da República declarou ser necessário "completar a consolidação do sistema bancário, fomentar exportações, incentivar investimento, crescer muito mais, melhorar os sistemas sociais, mobilizar para o combate, sobretudo, à pobreza infantil e curar de uma Justiça que possa ser mais rápida e, por isso, mais justa".

Ver comentários
Saber mais Marcelo Rebelo de Sousa Manuel Rodrigues Comissão Política do PCP PCP política
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio