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Passos diz que contas de 2016 são “fantasia”, Costa acusa-o de estar “zangado”

António Costa voltou a garantir que o défice de 2016 ficará abaixo de 2,3% e que nesse ano regista um dos maiores saldos primários da União Europeia. Passos Coelho diz que se trata de uma fantasia, porque as metas foram atingidas à custa de medidas extraordinárias.

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27 de Janeiro de 2017 às 11:57
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O quadro das contas públicas pintado por António Costa inclui mais emprego, menos défice e menos dívida em 2016, tudo isto num ano em que foram devolvidos rendimentos aos trabalhadores e pensionistas e se baixou a carga fiscal. Passos Coelho não ficou convencido. "É uma fantasia e um faz de conta", porque o resultado foi atingido com recurso a medidas extraordinárias. E sem elas, o défice teria sido de 3,4%, garantiu o líder do PSD.

 

Se o défice não foi superior a 2,3%, explicou Passos, então é preciso ter em conta que "o Governo cortou 956 milhões de euros ao investimento que tinha planeado", o tal "investimento público que veio dizer que este ano é que vai ser". Aliás, "nas últimas décadas não há investimento público que compare com esse". Passos disse mesmo que nos últimos 50 anos não houve um investimento tão baixo.

 

Mas não só: "se contarmos com 500 milhões de encaixe extraordinário do programa Peres", com a "reavaliação de activos de 150 milhões" e com outros factores extraordinários, "somos levados a considerar que o défice estaria em 3,4% do PIB. Este seria o défice de 2016, 3,4% do PIB, se excluíssemos as medidas extraordinárias que enunciei e o corte de investimento que concretizou", acusou Passos Coelho.

 

Passos perguntou depois a António Costa qual o "saldo orçamental corrigido de medidas extraordinárias em 2016, já que esse é o que conta para 2017". Mas Costa não respondeu. Passos repetiu a pergunta outras duas vezes, mas o primeiro-ministro continuou sem dar a resposta que o líder do PSD pretendia. Chegou até a provocar Passos Coelho. "Terá a resposta quando o diabo cá chegar", atirou, numa alusão à dramatização do estado das contas públicas feita por Passos no ano passado.

 

Costa foi dando outras respostas: lembrou que o saldo primário "aumentou 747 milhões de euros face a 2015" e o défice de 2,3% "não é só o défice mais baixo em 40 anos" como fica longe dos 2,5% impostos pela Comissão Europeia. E lembrou que o Governo de Passos Coelho reteve reembolsos de IRS em 2015 que tiveram de ser devolvidos em 2016. E acusou Passos de estar zangado. "Há uma coisa que já todos percebemos. O país tem um sucesso e o senhor fica zangado, a concertação social tem sucesso e fica zangado, e o senhor basicamente fica zangado com o que acontece de bom ao país", resumiu Costa.

 

Passos acusa Costa de tentar rebaixá-lo

 

Mas Passos Coelho não apreciou a ausência de resposta. "Em bom rigor o senhor primeiro-ministro não responde porque não sabe. Este resultado de 2016 é possível porque fez exactamente o q disse que não ia fazer, porque cortou o investimento como nunca em 50 anos se fez" e é por isso que "tem hospitais que não conseguem pagar a fornecedores" e "escolas que não abrem as portas".

 

Passos disse que Costa "irrita-se com esta forma objectiva de desmascarar esta demagogia" e "procura dar dichotes sobre os adversários, rebaixar os adversários". E deixou um aviso. "Quando precisar do PSD para negociar alguma coisa importante, primeiro peça, por favor. Não tome aos outros os princípios e a coerência que o senhor não tem", atirou.

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