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Passos Coelho: Emprego cresce menos agora do que com o anterior governo
O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje em Viana do Castelo que a tendência de diminuição da taxa de desemprego e do aumento da criação de emprego registou-se durante os anos do anterior governo.
"Quando olhamos para os dados do Instituto Nacional Estatística (INE), para medir o que se passou com o emprego e com desemprego, verificamos que de 2014 a 2016 a população empregada aumentou em cerca de 176 mil", referiu.
Passos acrescentou que "a população empregada, apenas em 2016, representou cerca de 32% deste valor o que significa que quase 70% desse emprego, criado desde 2014 até 2016, foi gerado até 2015".
Para o líder do PSD, que discursava perante cerca de 300 pessoas num jantar comemorativo do 1.º de maio, organizado pelos Trabalhadores Social-Democratas (TSD), "a população desempregada decaiu 282 mil pessoas".
"Quando olhamos apenas para o ano de 2016 esse ano deu um contributo de 26%, quer dizer de um quarto da baixa de desemprego que foi registada. Quase 75% do desemprego que caiu, caiu entre 2014 e 2015", sustentou.
Pedro Passos Coelho acusou o actual Governo de ser "ridículo" por ter outra leitura daqueles números.
"O ridículo que é alguém hoje quer fazer, às vezes até explicitamente, a afirmação de que é agora que o desemprego está a cair e que é agora, com esta nova solução de Governo, que o emprego cresce. Cresceu menos do que aquilo que cresceu nos dois anos antecedentes e decresceu, no caso o desemprego, bastante menos do que aquilo que decaiu nos dois anos anteriores", disse.
Passos Coelho disse também que "a prova dos bons resultados" da reforma laboral que o anterior governo" fez está na redução do emprego precário.
"O emprego que tem sido criado no novo quadro da legislação laboral, 70% é criado com contratos sem termo. A precariedade, que está mais associada a contratos a termo certo, representa cerca de 30% do emprego criado".
Disse que "ainda hoje há quem não se conforme com isso e quem ache que estes resultados não são bons, são maus e que, portanto, considera que o Governo ainda não está a fazer uma política suficientemente de esquerda enquanto não reverter esta reforma laboral".
"Apesar de amanhã (segunda-feira) ser 1º de maio e de ainda não ter havido uma greve geral, foi preciso chegar à véspera do 1º maio para que se pudesse ouvir uma ameaça de possível greve geral se o Governo não virar suficientemente à esquerda, imaginem. Quer dizer, se não reverter a reforma laboral que foi feita".
Passos adiantou que, "até hoje ninguém ouviu um pio" do Governo, apesar de questionado pela CGTP, sobre a possibilidade de ter "um compromisso com as associações patronais para não reverter a lei laboral".
"Não sei porquê. Porque o Governo pronuncia-se sobre quase tudo", frisou.
Sobre o descongelamento das carreiras na função pública, Passos Coelho alertou que o processo "custa imenso dinheiro", mas referiu que depois de ouvir a posição do Governo sobre o assunto ficou "com a ideia de que o Governo quer dar aos trabalhadores a ideia oposta", a de que o descongelamento das carreiras "só custa para o futuro, porque o tempo de congelamento não conta para nada".
"Se não conta para nada não sei porque não descongelam já? Se não tem custos? O princípio do descongelamento das carreias advém, justamente, do pressuposto de que no dia em que se descongelar tem que se reconhecer o tempo de serviço", frisou.
O líder do PSD voltou a falar da "guerra movida contra o Banco de Portugal e contra o governador do Banco de Portugal", acusando o PS e o Bloco de Esquerda de quererem "deitar a mão" às reservas do Banco de Portugal "não para pagar a dívida" do país mas para "repor rendimentos e, ao mesmo tempo, reduzir o défice, como se de um milagre se tratasse".
"Se conseguissem deitar a mão às reservas do Banco de Portugal seria uma maravilha o défice nos próximos dois ou três anos. Depois de se rapar o fundo ao tacho talvez seja mais difícil resolver o problema mas, daqui até lá, a geringonça seria uma maravilha", afirmou.