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Obama defende que é do interesse de Washington ter "relações construtivas" com Moscovo
O Presidente norte-americano cessante, Barack Obama, declarou esta quarta-feira que é "do interesse dos Estados Unidos e do mundo ter relações construtivas com a Rússia", na sua última conferência de imprensa na Casa Branca.
"Essa foi a minha perspectiva [da questão] durante a minha Presidência: naquilo em que os nossos interesses convergiam, trabalhámos juntos", prosseguiu o 44.º Presidente dos Estados Unidos.
A dois dias da posse do seu sucessor na Casa Branca, o magnata nova-iorquino do imobiliário Donald Trump, que pretende tornar novamente mais calorosas as relações glaciais entre a Casa Branca e o Kremlin, Barack Obama acrescentou que essa sua abordagem sofreu o embate de uma "escalada no discurso antiamericano" quando Vladimir Putin ocupou a Presidência russa, em 2012, o que levou a uma relação Washington-Moscovo "mais antagónica e difícil".
Os comentários do chefe de Estado cessante têm, em pano de fundo, a polémica nos Estados Unidos sobre a interferência, denunciada pelos serviços de informações norte-americanos, das autoridades russas nas eleições presidenciais ganhas por Donald Trump a 8 de Novembro último.
A comunidade dos serviços secretos dos Estados Unidos chegou à conclusão de que Moscovo, sob as ordens de Putin, levou a cabo uma campanha de pirataria informática para influenciar o resultado do escrutínio presidencial norte-americano em favor do multimilionário.
Questão israelo-palestiniana pode ser "explosiva"
Obama declarou-se também "profundamente preocupado" com o conflito israelo-palestiniano, alertando o seu sucessor, Donald Trump, para uma situação potencialmente "explosiva".
"Estou preocupado porque considero que o 'status quo' é insustentável, que ele é perigoso para Israel, mau para os palestinianos, mau para a região e mau para a segurança dos Estados Unidos", sustentou Obama.
Referindo que o multimilionário eleito nas presidenciais prometeu instalar a embaixada dos Estados Unidos em Israel na cidade de Jerusalém, o que de imediato desencadeou grande polémica, Obama advertiu o seu sucessor, que toma posse daqui a dois dias, contra "movimentos unilaterais súbitos" num "contexto explosivo".