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No primeiro dia do seu mandato, Trump vai retirar EUA da Parceria TransPacífico

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, já está a efectivar algumas das promessas feitas durante a campanha relativamente a acordos comerciais já estabelecidos ou em curso, que pretende reverter. Esta noite anunciou que em Janeiro, logo no seu primeiro dia em funções na Casa Branca, irá retirar os EUA da Parceria TransPacífico.

Jonathan Ernst/Reuters
22 de Novembro de 2016 às 00:39
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Donald Trump ameaçou e diz que vai cumprir. Durante a sua campanha para as eleições presidenciais norte-americanas, o republicano defendeu medidas proteccionistas e insistiu que iria retirar os EUA dos acordos comerciais multilaterais já assinados ou em negociação.

Um deles era a Parceria TransPacífico (TPP) e o outro o Acordo de Comércio Livre da América do Norte (NAFTA). Prometeu "rasgar" ambos. E esta segunda-feira, 21 de Novembro, declarou que no seu primeiro dia como presidente irá retirar os EUA da TPP.

Depois de vários anos de negociações, o acordo de associação comercial TPP foi assinado em 2015 por 12 países que abarcam 40% da economia mundial - Estados Unidos, Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Singapura e Vietname -, tendo Barack Obama sido um dos seus grandes impulsionadores.

No entanto, a Parceria TransPacífico não foi ainda ratificada pelo Congresso norte-americano - precisamente devido à oposição dos republicanos.

Com esta retirada dos EUA, o acordo fica em perigo, uma vez que, para ser implementado, exige a representação de pelo menos 85% do PIB agregado dos países subscritores, o que o torna dependente das economias mais poderosas – os Estados Unidos e o Japão.

Trump fez o anúncio esta noite, numa mensagem de vídeo onde deu conta daquilo que pretende fazer nos seus 100 primeiros dias na Casa Branca.

No seu "dia 1" em funções, além de retirar os Estados Unidos do TPP, o magnata do imobiliário e do entretenimento disse ter mais cinco medidas em mente:

- cancelar as restrições à produção de energia nos EUA a partir do carvão, que considera serem "destruidoras de empregos";
- reduzir as regulações que visam as empresas ("por cada nova regulação, têm de ser eliminadas duas antigas");
- ordenar um plano para combater os ciber-ataques;
- investigar e acabar com os abusos na concessão de vistos à entrada nos EUA, que "penalizam os trabalhadores americanos";
- proibir, durante cinco anos, que as pessoas que deixem o governo possam tornar-se "lobbyistas". 



No passado domingo, 20 de Novembro, Obama disse que os dirigentes da região Ásia-Pacífico decidiram prosseguir os esforços para ir em frente com o acordo comercial TPP, mas que desejavam fazê-lo com os Estados Unidos.

 

Já esta segunda-feira foi a vez de o primeiro-ministro japonês de pronunciar sobre a questão: Shinzo Abe declarou, citado pela BBC News, que a Parceria TransPacífico deixará de ter significado sem o envolvimento dos EUA. 

No vídeo desta noite, Donald Trump descreveu a TPP como "um potencial desastre para o país". "Em vez disso", afirmou, citado pelo Politico, "negociaremos acordos comerciais bilaterais e justos".


A "passagem de testemunho" de Obama a Trump será feita a 20 de Janeiro de 2017.


(notícia actualizada à 01:44)

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