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Neutralidade carbónica em Portugal pode vir a ser realidade em 2045

Proposta apresentada pelo PS para antecipar a meta prevista para Portugal atingir a neutralidade carbónica foi aprovada esta quarta-feira, em comissão, na Assembleia da República. Governo deverá realizar estudo até 2025 para avançar com a medida.

Mário Cruz
03 de Novembro de 2021 às 19:01
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Os deputados estão a finalizar a Lei de Bases do Clima antes da dissolução do Parlamento e é nesse âmbito que querem dar um novo passo no combate às alterações climáticas: antecipar em, pelo menos, cinco anos a meta prevista para atingir a neutralidade carbónica. Ou seja, garantir que o país é neutro em carbono até 2045.

Aproveitando que a Lei de Bases do Clima está ainda em discussão na especialidade (onde os oito projetos de lei que apresentados estão a ser trabalhados com vista à criação de um texto comum), o PS apresentou uma proposta para que o Governo realize nos próximos três anos um estudo para sustentar a antecipação em cinco anos da meta da neutralidade carbónica para, no mínimo, 2045.

A proposta socialista foi aprovada esta quarta-feira na comissão de Ambiente, Energia e Ordenamento do Território. A confirmar-se a votação em votação final global, isso significa que a Lei de Bases do Clima irá obrigar o Governo a rever a meta de neutralidade carbónica que está atualmente inscrita no Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050. 

Assim, no texto final da Lei de Bases do Clima, onde se lê que Portugal está comprometido "em alcançar a neutralidade carbónica até ao ano de 2050", passará a ler-se de seguida que "o Governo estuda, até 2025, a antecipação da meta da neutralidade carbónica, tendo em vista o compromisso da neutralidade carbónica o mais tardar até 2045".

Vários países já anteciparam essa meta e há empresas portuguesas, como é o caso da Sonae, que também estão a fazê-lo. A associação ambientalista Zero já tinha destacado também que Portugal tem condições para antecipar a data da neutralidade carbónica, "tornando-a mais próxima de 2040".

"Se já antecipámos em 9 anos o encerramento das centrais a carvão e se mesmo a ERSE [Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos] já antecipou em 5 anos a obtenção das metas de energias renováveis, está na hora de reforçarmos a ambição. Queremos antecipar a neutralidade carbónica em pelo menos 5 anos e, para isso, queremos ter o devido suporte científico", defende o PS.

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