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Mortágua acusa: "UE e instituições da Zona Euro não são pessoas de bem"

A deputado do Bloco de Esquerda insiste, em entrevista ao Jornal de Notícias, na importância da renegociação da dívida e na diminuição da factura de juros, acusando UE e instituições da Zona Euro de não agiram de boa fé.

Miguel Baltazar/Negócios
Negócios 08 de Novembro de 2016 às 10:15
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Mariana Mortágua, uma das responsáveis destacadas do Bloco de Esquerda, considera que "União Europeia e as instituições que compõem a Zona Euro já mostraram que não estão de boa-fé, nem são pessoas de bem", acusa numa entrevista publicada pelo Jornal de Notícias, na qual volta a defender a renegociação da dívida pública, uma hipótese que esta semana foi afastada com veemência pelo presidente do Eurogrupo, o grupo dos ministros das Finanças da Zona Euro.

As principais instituições da UE e da Zona Euro que tendem a influenciar directamente a política económica nacional são o Conselho da EU, composto pelos governos da UE, a Comissão Europeia, um órgão executivo da UE, liderada por Jean-Claude Juncker, e com comissários sectoriais de várias nacionalidades; o Eurogrupo, representante dos governos da Zona Euro e compostos pelos respectivos ministros das Finanças; e o Mecanismo Europeu de Estabilidade, o fundo de resgate da Zona Euro, liderado por Klaus Regling.

A deputada bloquista não acompanha a acusação de falta de boa fé de uma concretização das instituições ou pessoas a que se refere, considerando que "não há motivo para Portugal continuar a sacrificar-se para poder impressionar instituições que dão borlas à França ou à Alemanha porque têm poder, mas que castigam os países mais frágeis da Europa".

Mortágua tinha antes defendido que o país precisa de reestruturar a dívida pública de forma a reduzir a factura com juros, pois "não é possível ter um Orçamento com níveis satisfatórias de investimento público ao mesmo tempo que se cumprem as regras do défice e que se gasta oito mil milhões de euros a pagar só juros da dívida".

A responsável bloquista elogiou o reconhecimento por parte do Governo de que o peso dos juros são um problema, mas defende uma atitude mais enérgica. Na segunda-feira, Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, afastou o cenário de uma negociação.

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