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Montenegro acusa Governo de "crime político e financeiro" na TAP

Para o líder do PSD, dossiê TAP é "o maior exemplo da incompetência" do governo, que agora quer reprivatizar a transportadora aérea depois de nela ter injetado 3.200 milhões de euros

O líder do PSD, Luís Montenegro, lançou o pacote de propostas na segunda-feira, na rentrée política do partido na Festa do Pontal.
Pedro Catarino
29 de Outubro de 2023 às 09:42
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O presidente do PSD, Luís Montenegro, acusou o Governo de "crime político e crime financeiro" pela forma como tem gerido o 'dossiê' da TAP e considerou que António Costa devia pedir desculpa aos portugueses.

Este sábado em Esposende, distrito de Braga, num jantar comemorativo dos 10 anos de Benjamim Pereira na presidência da câmara local, Luís Montenegro disse ainda que o dossiê TAP é "o maior exemplo da incompetência" do executivo socialista, que agora quer reprivatizar a transportadora aérea depois de nela ter injetado 3.200 milhões de euros.

"É caso para dizer que este comportamento, esta forma de gerir o que é de todos, esta forma de retirar a possibilidade de utilizar todo este dinheiro para desenvolver o país só por capricho do Partido Socialista e do doutor António Costa, esta forma de estar, este comportamento, foram e são efetivamente um crime político e um crime financeiro", apontou.

Para o líder do PSD, António Costa e o PS deviam aproveitar o veto do Presidente da República ao decreto de reprivatização da TAP para "pedirem desculpa aos portugueses por todo este ziguezague, por todos estes avanços e recuos, por esta forma irresponsável de usar os dinheiros públicos, por esta forma de não cuidar do nosso futuro, por esta forma de enganar as pessoas".

Sem poupar nas críticas, Montenegro disse que o 'dossiê' TAP é "o maior exemplo da incompetência, da inconsistência, da ligeireza e da falta de convicções fortes do Partido Socialista e do primeiro-ministro".

O Presidente da República vetou na sexta-feira o decreto do Governo que enquadra as condições para a reprivatização da TAP pedindo clarificação sobre a intervenção do Estado, a alienação ou aquisição de ativos e a transparência da operação.

Na sua intervenção em Esposende, o líder do PSD criticou também a atuação do Governo na área da saúde, desde logo afirmando que hoje os portugueses que não têm médico de família são quase o dobro em relação a 2015.

"Com o Partido Socialista, quase metade da população portuguesa tem que pagar um seguro de saúde ou ADSE para ter cuidados mínimos", referiu.

Luís Montenegro falou ainda nas urgências hospitalares fechadas e nos "meses, às vezes anos" de espera por uma consulta ou para programar uma cirurgia.

Lembrou que "só vai para a resposta privada da saúde quem tem dinheiro".

"Quem não tem dinheiro, vai para a porta do hospital, vai para a fila de espera aguardar a sua cirurgia. Isto é o resumo da governação do Partido Socialista", disse ainda.

Para o líder do PSD, os oito anos de governação socialista foram "oito anos de erros, oito anos de empobrecimento do país, oito anos em que cada vez mais portugueses ganham o salário mínimo nacional e em que cada vez mais o salário mínimo está perto do salário médio".

E tudo isto, acrescentou, quando o Governo se prepara, com o Orçamento do Estado para 2024, para "bater outra vez o recorde dos maiores impostos de sempre da nossa história".

"É um projeto de impostos máximos e serviços mínimos", criticou.
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