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Moção de João Almeida "com certeza" não é para ir a votos

O vice-presidente do CDS colocou-se fora da corrida à liderança do partido mas prometeu apresentar uma moção no congresso. Mas, habitualmente, as moções que são aprovadas definem o líder do partido. João Almeida diz que a sua não será sujeita a votos.

Bruno Simão/Negócios
05 de Janeiro de 2016 às 20:17
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A moção que João Almeida vai levar ao congresso do CDS não é para ser votada. O vice-presidente do CDS anunciou, a 29 de Dezembro, que vai apresentar uma moção de estratégia global no congresso do partido, que deverá realizar-se entre Março e Abril, com ideias sobre a "organização, estratégia e programa político" do partido. Mas não é com o objectivo de a submeter a votos.

 

"Havendo moções com candidatos a líder, não coloco a minha a votos. Com certeza que a minha não irá a votos", garante. O CDS deixou de ter eleições directas no congresso de 2011, o que significa que a reunião magna do partido ganhou importância capital na definição do líder. Ora, explica o deputado do CDS Hélder Amaral, "quem tem a moção mais votada apresenta uma liderança para essas ideias".

 

João Almeida diz estar convencido de que pode "haver moções sem candidato a líder" e é por isso que apresenta a sua. "É preciso que o regulamento seja confirmado nesse ponto" na reunião do Conselho Nacional do partido, na próxima sexta-feira.

 

A moção que agora vai ser apresentada "já vem na sequência da moção que foi apresentada no congresso de 2014", intitulada de "Fazer Diferente - Prepara Política Públicas", que João Almeida classifica de uma "moção geracional" subscrita por muitos centristas "entre os 30 e os 40 anos", como Adolfo Mesquita Nunes, Cecília Meireles ou Michael Seufert. Nesse congresso, a moção também não foi votada: "foi retirada e integradas algumas ideias na moção do Paulo Portas, nomeadamente a criação de um gabinete de estudos do partido".

Hélder Amaral lembra que a eleição em congressos é sempre mais imprevisível e recorda o congresso do qual José Ribeiro e Castro saiu vitorioso. "À partida havia um candidato favorito [Telmo Correira], mas depois ganhou aquele que conseguiu mobilizar mais os congressistas", recorda. O deputado deixa um desejo para o próximo congresso do partido: "espero que não saia daqui um líder fruto de uma decisão emocional".

Em 2014 Portas esmagou Anacoreta Correia

 

No congresso de 2014, realizado em Oliveira do Bairro, só duas das nove moções de estratégia global apresentadas é que foram a votos: a de Paulo Portas e a do então opositor Filipe Anacoreta Correia. Ganhou a de Portas, com 82% dos votos.

 

Depois de a moção sair vitoriosa, o primeiro subscritor da moção é considerado o novo líder, e tem depois de apresentar as listas com a composição dos novos órgãos do partido, que são submetidas à votação dos congressistas.

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