Notícia
Ouro atinge máximos históricos com perspetivas de três cortes pela Fed
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta terça-feira.
Desaceleração económica na China pesa sobre Europa
As bolsas europeias encerraram mais uma sessão a negociar em baixa, à medida que o abrandamento da economia chinesa continua a pressionar as ações da região.
Os setores mineiro e energético foram os grandes prejudicados do dia, ao mesmo tempo que aumenta a pressão sobre a indústria de luxo, que ontem registou um "dia negro" à boleia da Hugo Boss, com as vendas da Richemont a abrandar.
O índice de referência europeu, Stoxx 600, recua 0,28% para 517,30 pontos. As bolsas europeias foram pressionadas pelos setores automóvel (1%), dos "basic resources" (1,70%) e dos seguros (0,99%).
Por outro lado, a diminuir grandes perdas do "benchmark" estiveram os setores da construção e do retalho, que cresceram 0,71% e 0,50%, respetivamente.
Entre as principais movimentações de mercado, a alemã Hugo Boss continuou a despenhar, desta vez em 7,5%, depois desta segunda-feira ter cortado as previsões de vendas e lucros para este ano, justificado com o enfraquecimento da procura mundial, especialmente na China e no Reino Unido.
No setor mineiro, destaque para a britânica Rio Tinto, que derrapou 2,5% após ter relatado envios de ferro abaixo das expectativas no segundo trimestre.
O setor da energia foi afetado pela desvalorização de quase 1% dos preços do crude, que seguem pressionados também pela queda da economia chinesa.
Foco ainda para a seguradora francesa Scor, que mergulhou 24,6% para o menor valor desde março de 2023, à boleia do corte da orientação da unidade de saúde.
Nas restantes principais praças da Europa Ocidental, o alemão Dax desce 0,39%, o italiano FTSEMIB perde ligeiros 0,02%, o espanhol IBEX 35 recua 0,47%, britânico FTSE 100 cede 0,22% e o holandês AEX desvaloriza 0,43%. Também o francês CAC-40 perde 0,69%.
Ainda assim, o foco do mercado continuou nos acontecimentos políticos dos Estados Unidos, após a tentativa de assassinato de Donald Trump no sábado, e ainda da indicação de JD Vance como seu vice-presidente.
Juros aliviam na Zona Euro em dia de maior aposta em obrigações
Os juros das dívidas soberanas na Zona Euro aliviaram esta terça-feira, com Itália a registar a maior queda entre os países da moeda única, e um dia antes de ser divulgada a taxa de inflação na região.
A "yield" da dívida italiana a dez anos aliviou 4,7 pontos base para 3,697%. A rendibilidade das dívida públicas portuguesas e espanhola, com a mesma maturidade, recuaram 3,9 pontos, para 2,994% e 3,186%, respetivamente.
Já os juros da dívida francesa, com prazo a dez anos, aliviaram 3,2 pontos base para 3,078%, enquanto a "yield" das Bunds alemãs com o mesmo prazo, e de referência para a região, recuaram 4,6 pontos base para 2,423%.
Fora da Zona Euro, os juros das Gilts britânicas, com prazo a dez anos, tiveram o maior alívio, de 5,2 pontos base para 4,047%. Esta quarta-feira será também conhecida a taxa de inflação no país.
Vendas a retalho nos EUA dão impulso ao dólar
O dólar está a valorizar esta terça-feira à boleia da leitura mais recente das vendas a retalho nos Estados Unidos. Apesar de os dados terem sido mais fortes do que o esperado, continuam a não alterar as expectativas dos investidores em relação à trajetória das taxas de juro definidas pela Reserva Federal.
Os analistas previam que as vendas no setor do retalho caíssem 0,3% em junho, mas a estagnação registada demonstraram a resiliência do consumidor, o que impulsiona as perspetivas de crescimento económico para o segundo trimestre. Ainda assim, espera-se que o banco central corte os juros ainda este ano.
A nota verde avança 0,08% para 0,9187 euros e face à divisa nipónica soma 0,32% para 158,5600 ienes.
Por sua vez, o índice do dólar da Bloomberg – que mede a força da moeda norte-americana em relação às suas principais rivais – valoriza 0,18% para 104,3760 dólares.
A libra caiu 0,12%, para 1,2951 dólares, antes dos dados de inflação britânicos divulgados esta quarta-feira.
Petróleo penalizado pela força do dólar e fraca procura da China
O crude está a negociar em baixa e cai para mínimos de três semanas, num momento em que os investidores avaliam um dólar norte-americano mais forte pelo segundo dia consecutivo, o que torna os "commodities" mais caros a compradores estrangeiros.
O West Texas Intermediate (WTI), referência para os Estados Unidos, recua 0,96% para 81,12 dólares por barril.
Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, perde 0,82% para 84,15 dólares por barril.
A pressionar os preços do "ouro negro" estão ainda as perspetivas de menor compra da matéria-prima pela China, que vê a sua economia a acelerar abaixo das expectativas do mercado.
"Continuam a chegar da China dados económicos mais fracos, já que os programas contínuos de apoio governamental têm sido dececionantes. Muitas refinarias chinesas estão a cortar nos gastos devido à fraca procura por combustível", explicou Dennis Kissler, da BOK Financial, à Reuters.
Ouro atinge máximos históricos com perspetivas de três cortes pela Fed
O ouro volta a brilhar, à medida que aumentam as apostas numa segunda vitória de Donald Trump para presir à Casa Branca e também em mais cortes das taxas de juro pela Reserva Federal dos Estados Unidos.
À medida que a inflação arrefece do outro lado do Atlântico, os "traders" já admitem que possam ocorrer três descidas de 25 pontos base nos juros diretores.
O metal amarelo salta 1,75% para 2.464,63 dólares por onça, superando o anterior recorde atingido em maio. Desde o arranque de 2024, o metal precioso já valorizou mais de 19%.
O otimismo por mais descidas nos juros cresceu depois de ontem o presidente da Fed, Jerome Powell, afirmar que novos dados económicos mostravam que a inflação está a caminhar para a meta de 2%. A Goldman Sachs considera mesmo que os decisores poderão cortar os juros já este mês.
Noutros metais preciosos, a prata avança 2,11% para 31,59 dólares e o paládio ganha 0,32% para 954,83 dólares. Em sentido contrário está a platina, que recua 0,27% para 996,67 dólares.
Resultados do Bank of America e vendas a retalho dão ímpeto a Wall Street
Wall Street abriu em alta, numa altura em que os investidores parecem estar otimistas com os novos dados do setor do retalho norte-americano, bem como com as contas trimestrais do Bank of America, que ficaram acima das expetativas do mercado.
As vendas no setor do retalho ficaram inalteradas em junho, depois de terem crescido 0,3% em maio. Apesar de os economistas abordados pela Dow Jones esperarem uma queda de 0,4% no mês em análise, estes números parecem afastar preocupações de que o consumo nos EUA estaria a cair demasiado.
Estes dados "devem ser positivos para o mercado", afirmou Quincy Krosby, estratega da LPL Financial, à CNBC. "Os investidores preferem que o lançamento de um ciclo de flexibilização da Fed comece com um cenário económico ainda sólido".
O Dow Jones prossegue a valorizar e adiciona mais 0,70% para 40.491,54 pontos, um novo máximo histórico. Na sessão de ontem, o índice das "blue chips" alcançou um novo recorde de fecho de 40.211,72 pontos, impulsionado pela consolidação de Donald Trump na corrida presidencial, após uma tentativa de assassinato.
Já o S&P 500, que ontem também encerrou num novo máximo (5.631,22 pontos), avança 0,37% para 5.651,99 pontos. O tecnológico Nasdaq Composite valoriza 0,39% para 18.545,02 pontos.
As ações do Bank of America cresceram 3,15% para 43,23 dólares, depois do banco ter registado receitas e lucros no segundo trimestre do ano acima das expetativas do mercado. Apesar dos resultados líquidos terem caido 6,9% em relação ao período homólogo para 6,9 mil milhões de dólares (ou 83 cêntimos por ação) – os analistas esperavam que o lucro se fixasse nos 80 cêntimos por ação.
Já o Morgan Stanley, que também viu as suas contas trimestrais ficarem acima das expectativas do mercado, cai 0,78% para 104,51 dólares. A divisão de gestão de fortunas do banco falhou as previsões dos analistas ao registar uma queda de 17% nas suas margens financeiras, em comparação com o período homólogo.
Ouro em alta aproxima-se de máximos históricos
O ouro está a valorizar e cada vez mais próximo de máximos históricos, à boleia de uma crescente expectativa de que a Reserva Federal corte juros três vezes este ano.
Os "traders" esperam duas descidas de juros em 25 pontos base e uma probabilidade de cerca de 60% de um terceiro corte. Isto depois de o Goldman Sachs referir numa nota que vê um "forte racional" para cortes das taxas diretoras a partir de julho.
O metal amarelo soma 2.433,15 dólares por onça.
Ainda a impulsionar o ouro estão comentários do presidente da Fed, Jerome Powell, que reiterou que os números mais recentes contribuem para uma leitura de que a inflação está a caminho do objetivo de 2%.
Perspetivas de menor procura na China penalizam petróleo
Os preços do petróleo estão a negociar em queda esta terça-feira, pressionados por perspetivas de menor consumo na China. Ainda assim, um crescente consenso de que a Reserva Federal poderá começar a cortar juros em breve - levando possivelmente a um aumento do consumo na maior economia mundial - esteve a limitar as perdas.
O West Texas Intermediate (WTI), referência para os Estados Unidos, perde 0,77% para 81,28 dólares por barril. Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, recua 0,77% para 84,26 dólares por barril.
A economia chinesa cresceu 4,7% entre abril e junho, de acordo com dados oficiais, o valor mais baixo desde o primeiro trimestre de 2023 e ficando abaixo das estimativas da Reuters.
"Os dados relativos ao PIB do segundo trimestre e às vendas a retalho ficaram abaixo do esperado por uma margem significativa, enquanto a antecipação de medidas de estímulo à economia mais fortes no Terceiro Plenário pode correr o risco de desilusão", disse à Reuters Yeap Jun Rong, analista da IG.
Futuros da Europa no vermelho. Ásia mista com China a pressionar
Os principais índices europeus estão a apontar para um início de sessão em terreno negativo, com os futuros sobre o Euro Stoxx 50 a caírem 0,58%.
Na Ásia, a sessão está a ser mista, com os índices chineses em Hong Kong a estenderem as perdas dos últimos dias, penalizados por um fraco crescimento da economia e o aumento dos riscos geopolíticos.
A pressionar os índices chineses esteve ainda o cenário de vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas que se realizam em novembro, que são vistas como tendo impacto negativo nas cotadas do país.
Já no Japão, depois de um feriado, os principais índices seguem a valorizar, sustentados por um iene mais fraco.
Pela China, o Hang Seng, em Hong Kong, perde 1,52% e o Shanghai Composite recua 0,14%. No Japão, o Nikkei avança 0,25% e o Topix soma 0,34%. Já na Coreia do Sul, o Kospi regista um acréscimo de 0,09%.