Notícia
Miguel Relvas desmente que esteja de regresso à política activa
O ex-ministro Miguel Relvas apresentou ao início da noite o livro que escreveu, com Paulo Júlio, sobre a reforma da administração local. Mas garantiu que o lançamento desta obra não representa um regresso à política activa.
Foi perante uma sala completamente apinhada que Miguel Relvas garantiu, esta quinta-feira ao início da noite, que o lançamento do seu livro "não representa um regresso à política activa". Relvas, que deixou o Governo em 2013 devido à forma como obteve a sua licenciatura, acrescentou ainda que a obra "não é um ajuste de contas com ninguém". "Como poderei ter contas a ajustar se fiz uma reforma adiada há séculos?", questionou.
O livro de Miguel Relvas e Paulo Júlio, intitulado "O outro lado da governação", conta vários detalhes da reforma da administração local posta em marcha pelo actual Governo. Por exemplo, revela que a troika queria que fosse possível deixar os municípios portugueses falirem como Detroit (nos EUA), ou que o FMI queria colocar portagens à entrada das maiores cidades.
O lançamento desta obra foi visto como uma forma de regressar ao espaço mediático por parte de Miguel Relvas, que concedeu até uma entrevista ao Expresso. Passos Coelho já tinha dado o primeiro passo para a reabilitação política de Relvas em 2014, quando, no congresso do PSD, pôs o ex-ministro a encabeçar a lista ao Conselho Nacional do partido – uma lista que só convenceu um em cada cinco militantes do partido.
O livro poderia ser a oportunidade de completar o regresso à política activa, mas Relvas rejeitou esse cenário. Pelo menos para já.
A reforma do poder local foi muito elogiada por Durão Barroso, que chegou a dizer que só avançou por causa da troika. "Foi preciso a troika para termos esta reforma", afirmou o ex-primeiro-ministro português. "Foi decisivo o impulso que veio de fora. Sem esse impulso, a reforma teria ficado pelo caminho". Barroso caracterizou o corte de 1.165 freguesias de "verdadeiramente expecional".