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Marques Guedes: “Capital político de Passos Coelho está intocável”
O ex-ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares equipara Marcelo e Costa a Cavaco e Sócrates, considerando ainda que o “eleitorado do Chega ficaria bem melhor representado” por Passos Coelho do que pelo próprio André Ventura.
Luís Marques Guedes considera que "o capital político que Passos Coelho acumulou nas funções de primeiro-ministro está intocável" e admite que lhe "agradaria" ver o antigo líder do PSD utilizá-lo, argumentando que "não existem em Portugal muitas personalidades com a dimensão" do antigo governante.
Em entrevista ao Público, o deputado social-democrata, que no último Executivo de coligação com o CDS foi ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares referiu ainda que "o espaço político que é ocupado pelo eleitorado do Chega ficaria bem melhor representado [por] Passos Coelho do que pela direção" daquele novo partido, liderada por André Ventura.
A discussão em torno de um eventual regresso de Pedro Passos Coelho à vida política ativa ressurgiu nos últimos dias depois de o homem que liderou o país durante o resgate da troika ter acusado o Governo socialista de injetar na TAP dinheiro que falta na saúde, educação e economia, e em que criticou o "passa-culpas" e a "fuga às responsabilidades" na equipa liderada por António Costa.
O ex-líder do PSD discursou na sexta-feira, 18 de dezembro, no encerramento da conferência "Globalização em português: Revoluções e continuidades africanas", em Lisboa, no âmbito das comemorações dos 150 anos do nascimento do empresário Alfredo da Silva, fundador do Grupo CUF [Companhia União Fabril].
Marcelo e Costa? Como Cavaco e Sócrates
Na entrevista publicada esta terça-feira, 22 de dezembro, Marques Guedes abriu ainda a porta à repetição nacional do acordo açoriano com o Chega – "se forem questões que se integrem no programa de Governo social-democrata não há porque diabolizar forças políticas desde que sejam eleitas pelos portugueses" – e fez um balanço positivo do mandato de Marcelo Rebelo de Sousa, que tem sido criticado à direita pelo apoio dado a António Costa, sobretudo na anterior legislatura.
"Eu recordo-me de, no início do mandato, Cavaco Silva, ao falar do engenheiro Sócrates, elogiar o seu ímpeto reformista e isso, na altura, criou ondas de choque dentro do PSD, que são naturais. O que é preciso é olhar para o mandato do Presidente da República e pensar se favoreceu a afirmação do país", equiparou o parlamentar laranja.