Notícia
Passos acusa Governo de injetar na TAP dinheiro que falta na saúde, educação e economia
"Esta fatura que o governo se prepara para endossar vai ser suportada por muitos anos, por muitos governos, e demasiados contribuintes a quem o Estado não vê hoje com respeito nem com parcimónia", acusou o ex-primeiro-ministro.
18 de Dezembro de 2020 às 22:15
O ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho abordou hoje a polémica em torno da reestruturação da TAP, afirmando que o Estado se prepara para injetar numa companhia aérea redimensionada verbas que lhe faltam na saúde, na educação e na economia "sem explicar ao país" que o fará porque "reverteu uma privatização que vários governos procuraram realizar mas só um conseguiu.
"Esta fatura que o governo se prepara para endossar vai ser suportada por muitos anos, por muitos governos, e demasiados contribuintes a quem o Estado não vê hoje com respeito nem com parcimónia", acusou Passos Coelho.
O ex-governante e ex-líder do PSD discursava no encerramento da conferência "Globalização em português: Revoluções e continuidades africanas", em Lisboa, no âmbito das comemorações dos 150 anos do nascimento do empresário Alfredo da Silva, fundador do Grupo CUF [Companhia União Fabril].
Para o antigo primeiro-ministro, o caso da TAP é "emblemático da insustentável leveza da irresponsabilidade pública na condução do interesse coletivo", considerando que é "um dever de consciência cívica" sublinhar "a gravidade da situação".
"Agora que a TAP está ameaçada na sua sustentabilidade, em vez de serem os privados, que arriscaram investir na privatização", a responderem pelos resultados perante a banca e outros credores, são o Estado e os contribuintes "que têm de assumir os prejuízos que já quase só podem dividir com os funcionários da empresa, que mais parece ter sido renacionalizada", criticou.
Inação e fuga às responsabilidades no caso de Ihor
Passos Coelho acusou também o Governo de "incompreensível inação" e "fuga às responsabilidades" no caso de Ihor Homeniuk, o cidadão ucraniano morto nas instalações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, no aeroporto de Lisboa.
"Depois de meses de incompreensível inação após os factos serem conhecidos, e com a autoridade do Estado seriamente abalada e a confiança nas instituições públicas beliscada, tudo tem servido para procurar disfarçar o indisfarçável, a superior dificuldade em admitir as falhas graves incorridas ao não se ter atuado prontamente com diligência e sentido de defesa do interesse público", afirmou.
Nas suas afirmações, divulgadas por vários órgãos de comunicação social, Pedro Passos Coelho apontou ainda uma "incompressível relutância em defender o Estado da fuga às responsabilidades dos seus dirigentes que antes preferem lançar o opróbrio injusto sobre toda a força de segurança em causa, nomeadamente apontando para o seu esvaziamento funcional em vez da simples e pronta assunção de responsabilidades".
Ihor Homeniuk terá sido vítima das violentas agressões de três inspetores do SEF, acusados de homicídio qualificado, com a alegada cumplicidade ou encobrimento de outros 12 inspetores. O julgamento deste caso terá início a 20 de janeiro.
Nove meses depois do alegado homicídio, a diretora do SEF, Cristina Gatões, demitiu-se na semana passada, após alguns partidos da oposição terem exigido consequências políticas deste caso, tendo Eduardo Cabrita considerado que esta "fez bem em entender dever cessar funções" e que não teria condições para liderar o processo de restruturação do organismo.
(notícia atualizada às 22h43)
"Esta fatura que o governo se prepara para endossar vai ser suportada por muitos anos, por muitos governos, e demasiados contribuintes a quem o Estado não vê hoje com respeito nem com parcimónia", acusou Passos Coelho.
Para o antigo primeiro-ministro, o caso da TAP é "emblemático da insustentável leveza da irresponsabilidade pública na condução do interesse coletivo", considerando que é "um dever de consciência cívica" sublinhar "a gravidade da situação".
"Agora que a TAP está ameaçada na sua sustentabilidade, em vez de serem os privados, que arriscaram investir na privatização", a responderem pelos resultados perante a banca e outros credores, são o Estado e os contribuintes "que têm de assumir os prejuízos que já quase só podem dividir com os funcionários da empresa, que mais parece ter sido renacionalizada", criticou.
Inação e fuga às responsabilidades no caso de Ihor
Passos Coelho acusou também o Governo de "incompreensível inação" e "fuga às responsabilidades" no caso de Ihor Homeniuk, o cidadão ucraniano morto nas instalações do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, no aeroporto de Lisboa.
"Depois de meses de incompreensível inação após os factos serem conhecidos, e com a autoridade do Estado seriamente abalada e a confiança nas instituições públicas beliscada, tudo tem servido para procurar disfarçar o indisfarçável, a superior dificuldade em admitir as falhas graves incorridas ao não se ter atuado prontamente com diligência e sentido de defesa do interesse público", afirmou.
Nas suas afirmações, divulgadas por vários órgãos de comunicação social, Pedro Passos Coelho apontou ainda uma "incompressível relutância em defender o Estado da fuga às responsabilidades dos seus dirigentes que antes preferem lançar o opróbrio injusto sobre toda a força de segurança em causa, nomeadamente apontando para o seu esvaziamento funcional em vez da simples e pronta assunção de responsabilidades".
Ihor Homeniuk terá sido vítima das violentas agressões de três inspetores do SEF, acusados de homicídio qualificado, com a alegada cumplicidade ou encobrimento de outros 12 inspetores. O julgamento deste caso terá início a 20 de janeiro.
Nove meses depois do alegado homicídio, a diretora do SEF, Cristina Gatões, demitiu-se na semana passada, após alguns partidos da oposição terem exigido consequências políticas deste caso, tendo Eduardo Cabrita considerado que esta "fez bem em entender dever cessar funções" e que não teria condições para liderar o processo de restruturação do organismo.
(notícia atualizada às 22h43)