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Maioria considera que médicos ganham mal e devem ser aumentados
A esmagadora maioria dos portugueses considera que os médicos do SNS são profissionais mal pagos e que devem ser aumentados.
Mais de sete em cada dez portugueses defendem que o Governo deve aumentar os salários dos médicos. A maioria é da opinião que a classe médica do setor público é mal paga.
De acordo com uma sondagem da Intercampus para o Jornal de Negócios, Correio da Manhã e CMTV sobre a condição salarial dos médicos do Serviço Nacional de Saúde (SNS), 54,6% dos portugueses consideram que esta é uma profissão cuja remuneração é má. Cerca de um terço dos inquiridos (33,4%) tem a opinião contrária, defendendo que estes são profissionais bem pagos.
Sobre se devem ou não ser aumentados, as posições são novamente favoráveis às reivindicações dos médicos. 71,3% concorda que o Governo deve aumentar os seus salários, enquanto apenas 19,6% se posiciona contra este aumento.
O barómetro surge numa fase de acesas negociações entre os médicos do SNS e o Governo. O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) marcou já uma greve nacional para 25, 26 e 27 de julho e uma greve em todo o país, com exceção dos concelhos de Lisboa, Loures e Odivelas na semana em que decorre a Jornada Mundial da Juventude. Já os médicos da Federação Nacional dos Médicos (Fnam) farão greve durante a JMJ, mesmo nos concelhos onde o evento vai decorrer, nos dias 01 e 02 de agosto.
O ministro da Saúde diz que está "concentrado" nas negociações com os médicos, mas os profissionais do SNS queixam-se da falta de propostas concretas. Manuel Pizarro, nesta quinta-feira, disse que está a ser feito o "esforço possível" para "mostrar ao mundo a melhor imagem" do país de modo a evitar as greves durante a Jornada.
Depois de reunir com o Ministério da Saúde, o secretário-geral do SIM adiantou à agência Lusa que faltam "documentos formais" na mesa das negociações e que os valores propostos são insuficientes. A sondagem indica que os portugueses, de modo geral, estão do lado da classe médica.
Recorde-se que no passado dia 5 de julho, o primeiro-ministro veio a público defender que o aumento salarial dos médicos não faz parte das prioridades do executivo referindo que, enquanto "presidente do sindicato dos portugueses" o que lhe compete é "procurar ver qual é a forma mais justa" de gerir os recursos dos portugueses.