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Líder do PCP desafia PS para alternativa “patriótica e de esquerda”
Em entrevista ao DN, o secretário-geral do PCP mostra-se disponível para uma alternativa "patriótica e de esquerda", elogia Pedro Nuno Santos e sublinha a convergência com o Bloco em "90% das vezes". Contudo, também diz que não há pressa para eleições antecipadas.
Questionado sobre se estaria disponível a chamada "geringonça", o novo líder do PCP começa por dizer que a questão tem de ser colocada ao PS, mas acaba por comparar a experiência do Governo PSD/CDS com a da aliança parlamentar PS/BE/PCP e a "curta mas muito viva" experiência da maioria absoluta.
"Perante uma certa tentativa de lamaçal, que é o que vivemos hoje, aquilo que emerge - e estamos outra vez a ser muito pressionados para esta questão da alternância -, é a pressão de comandar este barco como ele está. O que emerge é um problema de alternativa, não de alternância, e nós propomos uma alternativa com uma política patriótica e de esquerda, assente num conjunto de objetivos muito claros, que vamos continuar a afirmar, e é isto que se vai impor no futuro", diz, constatando que o PS não poderia estar fora da solução.
Sobre Pedro Nuno Santos, o ex-ministro das Infraestruturas que se demitiu na sequência da polémica sobre a TAP, e que também optou por abandonar o secretariado nacional do PS, Paulo Raimundo diz que "desempenhou, na altura em 2015, sempre este princípio de franqueza e frontalidade, mas também com a identificação clara do que nos separa".
"Como temos a experiência testada, digamos assim, das opções políticas do PS do qual Pedro Nuno Santos faz parte, e temos a experiência testada da nova fase da vida política nacional, aquilo que se coloca neste momento é como é que se encontra uma alternativa a esses caminhos. Se a lista A, B ou C estiver disponível para esse caminho, naturalmente que contamos com eles".
Na entrevista, Paulo Raimundo não exclui integrar um governo: "Até lhe digo mais - não só não excluímos integrar um governo, como temos a legítima pretensão de poder formar um governo".
O secretário-geral do PCP diz no entanto que não tem pressa para eleições antecipadas. "Não há nenhum desejo da nossa parte em acelerar as coisas. Para acelerar estão cá outros".