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Líder do CDS não afasta acordo com o Chega
Em entrevista ao Observador, Francisco Rodrigues dos Santos admite negociar acordo com o Chega nas legislativas e desafia Adolfo Mesquita Nunes a reunir as assinaturas para convocar um conselho nacional que possa desencadear eleições internas.
"Temos de falar". É desta forma que o líder do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, responde a uma pergunta sobre um eventual entendimento com o Chega nas eleições legislativas, previstas para 2023, embora rejeite entendimentos nas autárquicas, previstas para setembro ou outubro deste ano.
Nas autárquicas não vai haver "entendimentos nenhuns com o Chega", um partido que o líder do CDS afirma, em entrevista ao Observador, que não é fascista. Questionado sobre o que vai acontecer nas legislativas, deixa o assunto em aberto. "Temos de falar".
Em resposta a Adolfo Mesquita Nunes, que defendeu a convocação de eleições antecipadas sobre a liderança do partido, Francisco Rodrigues dos Santos afirma que o ex-dirigente disse internamente o contrário do que defendeu na terça-feira.
"Isto não é assim. Um ex-dirigente do CDS de repente volta a interessar-se pela vida política do partido, depois de ter coordenado um programa eleitoral do partido e de o ter abandonado", afirma, sobre Mesquita Nunes.
"Eu não tenho medo rigorosamente nenhum de ir a votos" mas "não se convocam eleições no CDS por dá cá aquela palha", refere, desafiando Adolfo Mesquita Nunes a reunir as assinaturas necessárias para convocar um Conselho Nacional que possa desencadear um congresso com eleições para a liderança.
"Não têm noção — ou se calhar têm — do dano que estão a provocar ao partido, numa altura em que precisamos de nos financiar junto da banca para conseguir uma campanha condigna" para as autárquicas.