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Josep Borrell: Portugal vai pôr Índia na agenda política da UE

Para Josep Borrell, a UE "tem de procurar alianças com [os países e regiões] que pensam da mesma forma, que têm a mesma visão do mundo ou, pelo menos, que têm o mesmo sistema político".

Lusa EPA
16 de Janeiro de 2021 às 10:13
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A presidência portuguesa "vai pôr a Índia no 'écran' da agenda política da União Europeia", afirma o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell (na foto, com António Costa), salientando que esse "é um grande passo político", mesmo que um acordo comercial seja "muito difícil".

Em entrevista à Lusa na sexta-feira, à margem da visita do colégio de comissários a Lisboa, no âmbito da presidência rotativa do Conselho da União Europeia (UE), Josep Borrell admite que um acordo comercial abrangente com a Índia não está para já ao alcance, mas salienta a importância política de um relançamento da relação.

"É algo muito difícil. Um acordo comercial com a Índia é muito difícil de conseguir porque a Índia é um país que tem políticas muito defensivas nos aspetos comerciais", admite.

"Mas veja o simples facto de pormos a Índia no 'écran', no radar, da agenda política da União Europeia. Esse já é um grande passo político", frisa, apontando que "todos falam da China, dos Estados Unidos, da Rússia, mas a Índia é a maior democracia do mundo, em breve terá mais habitantes que a China e é uma terra de oportunidades".

Esse colocar da Índia no 'écran' da agenda política europeia, assegura, "também vai ser muito útil para pôr a América Latina nesse 'écran', porque "a pressão da presidência portuguesa pode conseguir que se fechem acordos".

"Não só o Mercosul, não esqueçamos o México e o Chile, que também estão pendentes. Creio que Portugal pode ser extraordinariamente útil para o conseguirmos", frisa.

Para Josep Borrell, a UE "tem de procurar alianças com [os países e regiões] que pensam da mesma forma, que têm a mesma visão do mundo ou, pelo menos, que têm o mesmo sistema político".

"E aí não são só os americanos. Em todo o Pacífico, o Indo-Pacífico, como se diz agora, há muitas democracias", afirma, sublinhando que são países com os quais a UE "têm de ter alianças".

"Temos de procurar a nossa maneira de fazer as coisas, defender os nossos interesses e os nossos valores, como estamos mandatados pelo tratado fundador".
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