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Jerónimo de Sousa critica Cavaco Silva e avisa que vai voltar a questionar primeiro-ministro
Jerónimo de Sousa disse hoje em Lisboa que Cavaco Silva está a ajudar o primeiro-ministro e anunciou que o PCP vai voltar a formalizar questões sobre a situação fiscal de Pedro Passos Coelho.
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"Fizemos um conjunto de perguntas. [Pedro Passos Coelho] respondeu a algumas mas não respondeu a outras que são fundamentais para o esclarecimento da verdade. Pensamos que – é uma questão importantíssima – saber quem era a entidade que lhe pagou durante um certo período de tempo. Era uma pergunta concreta que não teve resposta e nós pensamos que é de exigir a resposta concreta. Até porque declarou que respondia a todos os partidos Vamos insistir nessa pergunta", disse o secretário-geral do PCP.
À margem da manifestação da CGTP em Lisboa, Jerónimo de Sousa quando questionado sobre a possibilidade de eleições antecipadas criticou as declarações de Cavaco Silva, considerando que deveria ter tido "uma posição diferente" face à situação fiscal do primeiro-ministro.
"Era uma avaliação que o Presidente da República tinha que fazer. Não só em torno deste episódio mas tendo em conta a realidade económica e social e política, e tendo em conta, este elemento que, por si, poderia não justificar, mas é num quadro geral de agravamento que este acontecimento se dá e que poderia levar o Presidente da República – em nome da defesa da ética, da moral e da política- a ter uma posição diferente", afirmou.
O presidente da República escusou-se hoje a comentar a dívida do primeiro-ministro à Segurança Social, alegando que "um presidente de bom senso deve deixar aos partidos as suas controvérsias político-partidárias que já cheiram a campanha eleitoral".
Para o secretário-geral do PCP trata-se de um problema ético e político mas a declaração do presidente da República demonstra total apoio ao governo, "tal como tem feito ao longo dos últimos três anos".
"Faça-se a leitura do que disse. Para além de desdramatizar vem ainda dar um ralhete aqueles que levantaram o problema, designadamente por via da comunicação social que de uma forma fundamentada e de uma forma séria colocou o problema", sublinhou.
Para Jerónimo de Sousa, o Presidente da República e o primeiro-ministro "ainda não perceberam" que existe actualmente na sociedade portuguesa um sentimento de injustiça em que se verificam "outra vez" dois pesos e duas medidas.
"Um governo com um primeiro-ministro que desencadeou a mais forte ofensiva, aumentando os impostos para quem trabalha que de uma forma implacável, cobrou atrasos, cobrou impostos, penhorou, levou à destruição de vidas e sempre em nome da Lei e agora aparece esta contradição do responsável por esta política a dizer que se esqueceu ou que não sabia ou que acabou por pagar num claro problema politico e ético que não fica apenas residente no cidadão Pedro Passos Coelho", disse ainda Jerónimo de Sousa.