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IL desce à Avenida, Chega não

João Cotrim de Figueiredo, deputado da Iniciativa Liberal, volta a garantir que vai descer a Avenida da Liberdade, já que o 25 de Abril é uma data da qual "ninguém se pode apropriar". Chega não desce a Avenida, e diz que os cravos vermelhos deviam ser substituídos por cravos pretos.

António Cotrim/lusa
25 de Abril de 2021 às 12:58
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Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República, que fez o primeiro discurso das cerimónias comemorativas do 25 de Abril no Parlamento, já tinha dado o mote: "a Revolução não tem proprietários; a Revolução tem, no entanto, atores".

E depois da polémica da organização por parte da Associação 25 de Abril da descida da Avenida da Liberdade em Lisboa, Cotrim de Figueiredo baseou o seu discurso no ataque ao que diz ser "a esquerda sectária", com a garantia: 

"os liberais vão estar na Avenida da Liberdade a celebrar 25 abril. Queremos celebrar uma data da qual ninguém se pode apropriar. A esquerda sectária do alto da sua arrogância moral intelectual acha que é dona do 25 de Abril, a direita ambígua permite-o por falta de comparência. Os liberais vão celebrar o 25 de Abril".

Para o deputado e líder da IL, 47 anos passados da revolução de Abril foi uma oportunidade para criar um país diferente que "não soubemos aproveitar", com, acrescentou, "a insistência de políticas a colocar o Estado no centro de tudo", com os jovens a não verem "oportunidades para construir uma vida digna em Portugal e com poucas oportunidades para quem não tem o cartão do partido certo e os salários médios cada vez mais próximo do salário mínimo".

O sistema, disse, "está a falhar", com a justiça "lenta e que parece sempre estar sempre do lado dos poderosos". Uma crítica ao sistema judicial na qual foi, depois, acompanhado por todos os partidos, da esquerda à direita. 

Mas Cotrim de Figueiredo ainda se virou para o bloco central: "os partidos do costume repartem entre si pequenos e grandes poderes tão atrativos em tempos de maná financeiro da Europa e fogem do escrutínio sempre que podem", com críticas ao que se passa na saúde e na edução, mas não só: "Há milhões para enterrar na TAP mas não há para funções essenciais do estado e para baixar os impostos".

"Tem de haver outro caminho", e diz haver: "o liberalismo".

E termina o discurso como começou. A descida da Avenida da Liberdade. "Os liberais vão estar na Avenida com um sentimento e sentido de exigência futuro da democracia", com a alegria da liberdade conquistada, com abertura para que jamais se volte à ditadura e com os olhos postos no futuro; contra uma esquerda, concluiu, que fica triste, sectácia, resignada, que exclui, agarrada ao passado.

Nesse sentimento de "luto pela democracia que devíamos estar a celebrar", André Ventura pediu cravos pretos em vez dos cravos vermelhos – André Ventura, Pedro Morais Soares e Rui Rio não levaram cravos para o palanque de discurso; Cotrim de Figueiredo levava um cravo vermelho na mão. Já nas galerias, Francisco Rodrigues dos Santos, líder do CDS, surgia com um cravo branco que, depois, explicou. "O 25 de Abril também se fez para não sermos todos vermelhos, é necessário nós libertarmos Portugal desta hegemonia socialista, respeitar o valor da liberdade. O 25 de Abril teve  autores mas não tem proprietários, não tem carga idiológica", declarou à saída do hemiciclo, em declarações que as televisões passaram, lembrando que foi o próprio Salgueiro Maia que lembrou que à chegada ao Rossio, há 47 anos, havia floristas a vender flores, entre as quais cravos brancos e vermelhos. 

Agora, ainda sobre a polémica da descida da Avenida, André Ventura diz que não a desce, porque o seu lugar é ao lado dos que estão a ser castigados pelas opções de restrição para conter a pandemia, lembrando que às 13 horas os negócios têm de encerrar. O ataque ao Governo seguiu-se, pelas medidas impostas mas também pela falta de apoios - "há dinheiro até para pagar políticos presos, mas não temos para continuar a apoiar os que estão a sofrer". Por isso, declarou André Ventura: "não estaremos na av. Liberdade, mas estaremos ao lado dos portugueses que querem uma vida melhor". E, por isso, assumiu: "Precisamos de outra revolução em Portugal", até porque a democracia deteriora-se, disse.

Foi também no combate à crise económica e na gestão pandémica que se centrou o CDS-PP. O discurso, proferido por 

Pedro Morais Soares, que assumiu a função de deputado no passado dia 1 abril, criticou "o ataque à liberdade concretizado por um inimigo invisível", com o Estado "a falhar nos grandes fogos de 2017 e que voltou a falhar", não podendo falhar mais na resposta à emergência de saúde pública, social e económica, considerando que o Governo tem feito navegação à vista.

Nesta pandemia, segundo o CDS-PP, há "verdadeiras restrições à liberdade". É por isso que a celebração da liberdade ganha "simbolismo acrescido" tendo em conta o último ano. 

O deputado centrista defendeu o combate à corrupção como tendo "de ser uma das prioridades", combatendo-se a corrupção e reformando-se a justiça. Esta tónica de reforma foi também o centro do discurso de Rui Rio, que falou na necessidade de reformas estruturais, dizendo que a justiça é uma delas e que a falta de eficácia na justiça é uma das razões para o descontentamento do povo português.

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