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"Há 4.691 milhões de razões para explicar por que elogiou Dias Loureiro"

A líder do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, confrontou Passos Coelho com os elogios que fez a Dias Loureiro, ex-administrador do BPN. A deputada socorreu-se do buraco criado pelo BPN para dar "4.691 milhões de razões" a Passos para se explicar.

Bruno Simão/Negócios
06 de Maio de 2015 às 17:36
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Catarina Martins disse esta tarde que o elogio que Passos Coelho fez a Dias Loureiro, ex-administrador do BPN, é um "insulto não só ao país como a todos os empresários honestos". "Dias Loureiro é parte do que enterra Portugal" e mostra que "há um grupo impune que pode fazer o que quer". A propósito do elogio ao ex-ministro, Passos Coelho sustentou que "não é por viver no interior" que "não podemos vencer na vida e ter negócios bem-sucedidos".

 

A líder bloquista começou por perguntar a Passos Coelho qual o valor dos prejuízos do BPN. Passos não sabia, e Catarina Martins citou dados do Tribunal de Contas: "4.691 milhões de euros". "São 4.691 milhões de razões para explicar porque achou pertinente elogiar Dias Loureiro", atirou.

 

Passos Coelho deu a explicação da interioridade e falou de facilitismo. "Todos nós aprendemos lições muito importantes. A de que as facilidades saem sempre muito caras aos países. Pagámos um preço muito elevado pela facilidade com que muitos países trataram a situação do investimento público ou do seu défice público", sustentou, sem ser óbvia a relação que isso teria com o elogio a Dias Loureiro.

 

Catarina Martins respondeu com rispidez: "Não percebe a gravidade do que disse? Que o BPN foi um lóbi que assaltou o país em cinco mil milhões de euros e vem dizer que é bom encorajar exemplos como Dias Loureiro?". Depois, fez uma crítica à justiça que deixou Passos irritado, em referência ao facto de o processo do ex-administrador estar parado há seis anos. "Só quer dizer que o tempo da impunidade não acabou".

 

"Se há coisa verificável, nestes quatro anos, é que quer o DCIAP, quer o Ministério Público, quer a PJ investigaram o que quiseram e não passaram cartão ao Governo, como não têm de passar", assegurou Passos Coelho.

 

Passos confunde Paulo Portas com António Costa

 

Catarina Martins afirmou ainda que Dias Loureiro é dono de parte da editora que editou a biografia não autorizada de Passos Coelho, a Alêtheia. Sobre a obra, a deputada diz que Passos a usou para "enxovalhar Paulo Portas". "Nunca na vida enxovalhei ninguém, muito menos o líder do principal partido da oposição", respondeu Passos Coelho – embora tenha dito, erradamente, que Paulo Portas é o líder do maior partido da oposição.

 

"Este Governo é o primeiro de coligação em Portugal que terminará o seu mandato, o que diz muito sobre a forma como, apesar das nossas dificuldades, temos maturidade suficiente para superar essas diferenças pondo o país em primeiro lugar", rematou Passos Coelho.

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