Notícia
Primeiro-ministro diz que portugueses não querem "andar aos trambolhões"
O primeiro-ministro, Passos Coelho, considerou hoje que os portugueses percebem a importância de poder preservar a autonomia do país e de "não andar aos trambolhões" sem saber se é preciso aumentar impostos ou fazer mais cortes.
"Tenho a certeza de que a generalidade das pessoas em Portugal percebe hoje que o preço que todos pagámos para reequilibrar o barco foi muito elevado", afirmou, durante a cerimónia de inauguração da queijaria Sabores do Dão, em Aguiar da Beira, distrito da Guarda.
Por isso, no seu entender, "as pessoas estimam hoje, mais do que nunca, a precaução e a prudência" com que está a ser construído o futuro.
"Independentemente das preferências partidárias que existam, as pessoas, de um modo geral, sabem que é muito importante poder preservar a nossa autonomia, não andar aos trambolhões sem saber se precisamos de aumentar impostos ou cortar mais daqui ou dacolá, porque não há dinheiro que chegue", afirmou.
Segundo Passos Coelho, "as pessoas passaram por um processo muito difícil e desejam não ter de passar por isso outra vez".
"As mudanças que tivemos de fazer, umas eram desejadas, outras foram forçadas pelas circunstâncias, pelos acontecimentos. Mas que as transformações que temos de fazer para futuro sejam não para lidar com dificuldades extremas como aquelas por que passámos, mas para poder ampliar as nossas perspectivas de futuro", afirmou.
Para que isso aconteça, é preciso "uma prudência grande, uma exigência grande", que o primeiro-ministro considera que a maior parte das pessoas tem hoje.
"Já se começa a sentir que há uma confiança crescente com o futuro. A economia está a crescer e não cresce por acaso", frisou, admitindo que, no entanto, ainda há "muitas pessoas ainda não têm emprego e que não viram melhorada a sua situação".
Para o governante, "se o consumo está a crescer, se o investimento está a crescer, se essa confiança se nota na economia, de algum lado tem de vir".
"Há coisas que mexem em quase todo o lado no país e que nos dão a esperança de poder vir a ter nos próximos anos uma perspectiva mais animadora do que aquela que tivemos nos anos precedentes", considerou.
Para isso, há que "aproveitar bem as oportunidades, olhar bem para as coisas e, em vez, de facilidades, juntar exigências", acrescentou.
"Os ricos não são ricos a esbanjar dinheiro. Para poder acrescentar valor, nós temos de dar valor a tudo o que fazemos. E então quem tem pouco, tem mesmo de dar valor ao pouco que tem", sublinhou.
Durante o seu discurso, Passos Coelho fez referência a Manuel Dias Loureiro, que é natural de Aguiar da Beira e estava presente na cerimónia.
"Conheceu mundo, é um empresário bem-sucedido, viu muitas coisas por este mundo fora e sabe, como algumas pessoas em Portugal sabem também, que se nós queremos vencer na vida, se queremos ter uma economia desenvolvida, pujante, temos de ser exigentes, metódicos", afirmou.
Isto porque "cada dinheiro que é aplicado tem de render o suficiente para pagar a quem investiu, a quem forneceu esse financiamento, a todos aqueles que participam no processo produtivo", acrescentou.