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Governos espanhol e catalão vão negociar saída para questão da soberania
Os chefes do Governo espanhol e do Governo regional catalão comprometeram-se a negociar para procurar uma solução que evite confrontos em torno da intenção de convocar uma consulta sobre a independência da Catalunha, segundo a imprensa desta segunda-feira.
O jornal El Pais, que cita fontes do PP, de Mariano Rajoy (primeiro-ministro espanhol) e da CiU, de Artur Mas (que Governa na Catalunha), refere que o acordo foi alcançado durante um encontro reservado que os dois líderes mantiveram a 29 de Agosto.
Os próximos contactos entre os dois governos ficarão a cargo de pessoas da máxima confiança dos dois dirigentes, refere o “El Pais”, sendo que do lado catalão o responsável será Jordi Vilajoana, actual secretário-geral da Presidência da Generalitat (Governo regional)
Ainda que não tenha havido qualquer acordo de fundo na reunião de 29 de Agosto, as mesmas fontes sublinham algum avanço na possibilidade de desbloquear a prevenção de uma situação de confronto, que se intensificou depois de Rajoy ter, no ano passado, recusado a proposta de pacto fiscal avançada por Mas.
Dados do encontro entre Rajoy e Mas só agora começam a ser conhecidos a apenas dois dias das celebrações da Diada, dia regional catalão, no qual se prevê um cordão humano em defesa da autodeterminação que percorrerá 400 quilómetros da região.
O Governo central espanhol antecipa uma elevada participação nos eventos em torno da reivindicação da independência, insistindo, porém, que não aceitará qualquer referendo sobre independência, que considera ilegal.
Recentemente, Artur Mas admitiu que, caso a consulta não seja possível em 2014, como previsto, poderia ser adiada para 2016, transformando as eleições regionais desse ano num voto publicitário.
Madrid considerou essas declarações - fortemente contestadas pelo parceiro da CiU na Catalunha, a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) - como um sinal positivo de abertura que pode facilitar a busca de um acordo.
Esse eventual adiamento daria mais tempo ao diálogo e, eventualmente, permitiria até algumas melhorias económicas, já que, segundo Madrid, o contexto económico da Catalunha é um dos aspectos que tem ajudado a alimentar as aspirações independentistas.