Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Governo quer que fique claro na cimeira de Beja que "não haverá cortes na política de coesão"

A secretária de Estado dos Assuntos Europeus defendeu esta quinta-feira que, na cimeira de sábado dos Amigos da Coesão, que se realiza em Beja, o objetivo central será que fique claro que "não haverá cortes das políticas de coesão".

30 de Janeiro de 2020 às 20:31
  • ...
"Nesta reunião de Beja, não estamos tanto a falar do montante global do orçamento da União, importa-nos mais dizer que não há cortes nas políticas de coesão dada a centralidade nos programas europeus", afirmou Ana Paula Zacarias, em declarações aos jornalistas, no final de uma ronda de audiências do primeiro-ministro com os partidos com assento no Parlamento Europeu.

António Costa recebeu hoje delegações do PSD, PCP, BE, CDS-PP e PS e receberá na sexta-feira o PAN na residência oficial, em São Bento.

"Esta cimeira reúne 17 países - a maioria dos Estados-membros - e dois comissários europeus que se reunirão em Beja e realiza-se num momento extremamente importante, muito próximo do Conselho Europeu extraordinário", explicou.

Na reunião de Beja, a ideia de base será, segundo a governante, "discutir a centralidade da política de coesão no quadro europeu e a importância de manter os seus níveis de financiamento e a forma da sua execução".

"É particularmente importante porque esta política tem a ver com a concretização do que na política europeia é mais próximo dos cidadãos", realçou.

A secretária de Estado defendeu que o objetivo será "manter os níveis de financiamento tão próximos quanto possível dos existentes no quadro presente" e fazer com que o grupo dos Amigos da Coesão "possa ter uma voz forte, uma voz ativa" no quadro da negociação do quadro financeiro plurianual 2021-2027.

Questionada se o Governo concorda com a posição do Parlamento Europeu de aumentar as contribuições dos países para o orçamento comunitário para 1,3% do Produto Nacional Bruto, Ana Paula Zacarias admitiu que o ideal é que fique entre esse valor e o defendido pela Comissão Europeia, de 1,1%.

"A saída de um país como o Reino Unido traduz-se numa perda de rendimento muito importante para a União", assinalou.

Quanto à proposta global para o próximo quadro comunitário, a secretária de Estado salientou que ainda se está "numa fase de negociação" e que os Estados-membros aguardam pela proposta que o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, apresentará até à próxima reunião, marcada para 20 de fevereiro.

"Nesta reunião de Beja, independentemente do teto do orçamento, o que nos interessa é que os níveis da coesão sejam mantidos nos tetos atuais", reforçou.

A cimeira em Portugal terá lugar numa altura em que se mantém o impasse em torno das negociações sobre o orçamento da UE para 2021-2027, sendo que o objetivo comum dos 27 é alcançar um acordo até ao final do primeiro semestre, de modo a garantir que não há um hiato na transição entre o quadro atual e o próximo - como sucedeu há sete anos -, o que teria consequências a nível de programação atempada dos fundos.

Além do anfitrião António Costa, está já confirmada a presença do Presidente de Chipre e de mais 11 primeiros-ministros, entre os quais o da Croácia, Andrej Plenkovi, país que detém agora a presidência da União Europeia.

Em Beja também vão estar os primeiros-ministros da República Checa, Eslováquia, Espanha, Eslovénia, Estónia, Grécia, Hungria, Malta, Polónia e Roménia.

Esta será a terceira cimeira dos países "Amigos da Coesão", depois de Bratislava e de Praga, e esta reunião de Beja realizar-se-á a pouco mais de duas semanas da cimeira informal de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, prevista para dia 20 de fevereiro e que foi convocada pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
Ver comentários
Saber mais Beja Parlamento Europeu União Europeia Ana Paula Zacarias António Costa Amigos da Coesão Charles Michel política
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio