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Governo "muito satisfeito" por poder receber dividendos da Galp

Desafiado pelo Bloco de Esquerda a clarificar que indicações deu o Governo para a votação da distribuição de dividendos pela Galp na assembleia da petrolífera, o primeiro-ministro defendeu que "não há razão para impedir empresas de distribuírem dividendos se não estiverem a beneficiar de nenhuma medida de auxílio de Estado".

José Sena Goulão
22 de Abril de 2020 às 17:31
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O Bloco de Esquerda exigiu que o Governo vote contra a distribuição de mais de 300 milhões de euros de dividendos pela Galp Energia, porém o primeiro-ministro não só não o fará como está "muito satisfeito" por poder receber a sua parte da remuneração que a petrolífera vai distribuir.

"O Estado, enquanto acionista [da Galp], fica muito satisfeito de receber a sua quota-parte dos dividendos a que tem direito e que é útil para financiar atividade do Estado", reagiu António Costa depois de ser interpelado pela coordenadora do Bloco de Esquerda durante o debate quinzenal desta quarta-feira, na Assembleia da República.

Depois de apontar as "duas grandes lições desta crise", de que "o Estado Social é o melhor que o país tem e a precariedade o pior", Catarina Martins recordou que a Galp, que "despediu dezenas de trabalhadores precários logo no início da crise", na qual o Estado detém uma participação, pretende agora pagar dividendos aos acionistas.

A líder bloquista notou ainda que além de a CMVM ter alertado para o "perigo de sustentabilidade" das próprias empresas ao pagarem dividendos neste contexto de crise, há diversos países europeus que condicionaram a atribuição de apoios às empresas em função de regras como não despedimento.

"Que indicações deu o Governo" sobre a votação da assembleia geral da petrolífera marcada para 24 de abril, perguntou Catarina Martins.

O primeiro-ministro começou por explicar que o Governo impôs a proibição de despedimentos e distribuição de dividendos às "empresas a que concedemos apoios", seja para regime de lay-off ou para acesso às linhas de crédito.

"Não há razão para impedir empresas de distribuírem dividendos se não estiverem a beneficiar de nenhum medida de auxílio de Estado", prosseguiu António Costa antes de concluir que "relativamente ao resto da economia, devemos procurar perturbar o mínimo possível o seu funcionamento".

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