Notícia
Costa recua e volta a excluir austeridade
O primeiro-ministro assegurou, no Parlamento, que a crise não será resolvida com "respostas de austeridade" e deu garantias de que o Governo "não vai arredar pé" do caminho iniciado de apoio a famílias e empresas. No fim de semana, António Costa recusara afastar austeridade para não ser desmentido no futuro.
Depois da resposta ao choque económico causada pela crise da Covid-19 não haverá austeridade, assegurou António Costa logo na primeira intervenção feita esta quarta-feira, no debate quinzenal que decorre no Parlamento.
O primeiro-ministro volta a assim a mudar de posição, já que, depois de semanas em que afastou um cenário de austeridade depois da crise, este fim de semana, em entrevista ao Expresso, e apesar de reiterar que "o país não precisa de austeridade", recusou pôr de parte essa possibilidade "para não dar hoje uma resposta que amanhã não possa garantir". Na semana passada, ao Observador, o líder do PS punha esse cenário de parte dizendo que "todas as medidas de austeridade seriam contraproducentes para a retoma".
"A resposta a esta crise, nem hoje, nem amanhã, nem depois de amanhã se poderá resolver com respostas de austeridade", declarou o primeiro-ministro em resposta a uma pergunta feita pelo secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa.
Costa acrescentou depois que a "prioridade" até aqui assumido pelo Governo de vai manter e passa pelas medidas adotadas que "têm visado manter vivas as empresas, vivos os postos de trabalho e o apoio ao rendimento". "Temos de evitar a todo o custo acrescentar crise à crise. Este será o nosso caminho e daqui não iremos arredar pé", rematou voltando a afastar a ideia de apertar do cinto na sequência da resposta à crise económica.
Os avanços e recuos no seio do Governo quanto ao traumático tema da austeridade tem sido uma constante. Também o ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, assegurou entretanto que o caminho não poderá passar por "diminuir despesas e aumentar impostos" (leia-se austeridade), isto depois de ter notado que a "despesa de hoje são os impostos de amanhã" numa referência ao acréscimo de gastos públicos inerente às medidas adotadas de contenção dos efeitos económicos e sociais provocados pela pandemia.
À direita, o PSD de Rui Rio tem insistido que as medidas para superar a tempestade não trarão bonança mas medidas de austeridade.
O tema voltaria ao plenário já perto do final de debate e pela mão do deputado único do Chega. André Ventura quis saber se António Costa, mesmo não conhecendo ainda os contornos do "orçamento suplementar que vamos ter", pode garantir que o mesmo não trará cortes de salários e pensões e aumento de impostos.
"Não, não haverá medidas de austeridade. Convém não confundir títulos que eu não escrevo com as respostas que eu dou", ripostou o primeiro-ministro. À pergunta sobre se o futuro próximo trará medidas de austeridade, Costa respondeu ao semário: "Foi uma má ideia e seria uma má ideia. O país não precisa de austeridade, precisa de relançar a economia".
Contudo, os jornalistas insistiram na questão para aferir se o líder do PS podia afastar liminarmente esse cenário, ao que Costa respondeu: "Já ando nisto há muitos anos para não dar hoje uma resposta que amanhã não possa garantir".
(Notícia atualizada pela última vez às 17:45 com pergunta de André Ventura e resposta de António Costa)
O primeiro-ministro volta a assim a mudar de posição, já que, depois de semanas em que afastou um cenário de austeridade depois da crise, este fim de semana, em entrevista ao Expresso, e apesar de reiterar que "o país não precisa de austeridade", recusou pôr de parte essa possibilidade "para não dar hoje uma resposta que amanhã não possa garantir". Na semana passada, ao Observador, o líder do PS punha esse cenário de parte dizendo que "todas as medidas de austeridade seriam contraproducentes para a retoma".
"A resposta a esta crise, nem hoje, nem amanhã, nem depois de amanhã se poderá resolver com respostas de austeridade", declarou o primeiro-ministro em resposta a uma pergunta feita pelo secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa.
Os avanços e recuos no seio do Governo quanto ao traumático tema da austeridade tem sido uma constante. Também o ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, assegurou entretanto que o caminho não poderá passar por "diminuir despesas e aumentar impostos" (leia-se austeridade), isto depois de ter notado que a "despesa de hoje são os impostos de amanhã" numa referência ao acréscimo de gastos públicos inerente às medidas adotadas de contenção dos efeitos económicos e sociais provocados pela pandemia.
À direita, o PSD de Rui Rio tem insistido que as medidas para superar a tempestade não trarão bonança mas medidas de austeridade.
O tema voltaria ao plenário já perto do final de debate e pela mão do deputado único do Chega. André Ventura quis saber se António Costa, mesmo não conhecendo ainda os contornos do "orçamento suplementar que vamos ter", pode garantir que o mesmo não trará cortes de salários e pensões e aumento de impostos.
"Não, não haverá medidas de austeridade. Convém não confundir títulos que eu não escrevo com as respostas que eu dou", ripostou o primeiro-ministro. À pergunta sobre se o futuro próximo trará medidas de austeridade, Costa respondeu ao semário: "Foi uma má ideia e seria uma má ideia. O país não precisa de austeridade, precisa de relançar a economia".
Contudo, os jornalistas insistiram na questão para aferir se o líder do PS podia afastar liminarmente esse cenário, ao que Costa respondeu: "Já ando nisto há muitos anos para não dar hoje uma resposta que amanhã não possa garantir".
(Notícia atualizada pela última vez às 17:45 com pergunta de André Ventura e resposta de António Costa)