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Ferro Rodrigues pediu solução o “mais rápido possível” a Cavaco Silva

O presidente da Assembleia da República revelou ter descrito ao Presidente a “situação nova, difícil e complexa” que o país vive tendo, nesse sentido, solicitado que Cavaco tome uma decisão o “mais rápido possível”.

11 de Novembro de 2015 às 16:37
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O encontro entre as duas mais altas figuras do Estado prolongou-se ao longo de pouco mais de 10 minutos, tempo ainda assim suficiente para Ferro Rodrigues deixar alguns recados a Cavaco Silva. O presidente da Assembleia da República confirmou ter transmitido ao Presidente "pessoalmente e por escrito", como decorre do ponto nº 6 do artigo 217º do Regimento da Assembleia da República, aquilo que foi a decisão tomada esta terça-feira no Parlamento e que levou à queda do Executivo PSD/CDS com os votos de toda a esquerda e ainda do PAN.

 

Apesar de Ferro Rodrigues dizer que se limitou a descrever o que classificou como uma "situação nova, difícil e complexa" resultante da aprovação da moção de rejeição socialista ao Programa do Governo, a verdade é que o presidente da Assembleia acabou por reconhecer ter também dito a Cavaco Silva ser "evidente que o prolongamento de uma situação destas seria mau para o país", desde logo por "motivos financeiros económicos e sociais". Ferro aludiu à possibilidade de Cavaco Silva prolongar por demasiado tempo o período de consulta aos partidos com assento parlamentar, e a auscultação aos parceiros sociais, até à indigitação de um primeiro-ministro.

 

Mas mesmo acreditando que esses efeitos negativos não vão verificar-se, Ferro avisou Cavaco da necessidade de ser encontrada uma solução de Governo "estável" o "mais rápido possível". Sendo que o antigo secretário-geral do PS garante ter "esperança" de que a referida solução seja encontrada rapidamente.

 

A principal ênfase da pequena intervenção de Ferro Rodrigues à saída do Palácio de Belém recaiu, em especial, sobre os "tempos da decisão", uma expressão repetida várias vezes de forma a sublinhar a premência de uma decisão de Cavaco Silva quanto à personalidade a indigitar como primeiro-ministro.

 

Ferro quis ainda alertar para as dificuldades inerentes à "constitucionalidade" de decisões "vindas do Governo" ontem derrubado e que podem ser "complexas". Nesse sentido, o presidente da Assembleia revelou que esta quarta-feira, 11 de Novembro, houve uma conferência de líderes no Parlamento em que se pôde verificar "tensão" e "divergência". O que apesar de ser de "salutar", Ferro avisou que em discussão estiveram "questões de fundo sobre matéria constitucional", designadamente devido ao âmbito de intervenção de "um Governo de gestão [que] passa a ser demitido".

 

Ferro Rodrigues também fez questão de rejeitar a existência de qualquer animosidade em relação a Cavaco Silva, sustentando que ao nível institucional não há boas nem más relações, apenas "há relações construtivas", sublinhando ainda a importância de que "a cooperação do ponto de vista institucional seja garantida".

O presidente da Assembleia também aproveitou para elogiar Guilherme de Oliveira Martins, até aqui presidente do Tribunal de Contas, e Assunção Esteves, sua antecessora como presidente da Assembleia, que foram esta tarde agraciados por Cavaco Silva com a Grande Cruz da Ordem Militar de Cristo pelos serviços prestados ao país.


(Noticia actualizada às 17:00 com mais informações)
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