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Família e inclusão, as apostas de Trump no segundo dia da convenção republicana

No segundo dia da Convenção Nacional Republicana, na terça-feira, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou-se para a família, perdoou um ex-criminoso e supervisionou uma cerimónia de naturalização para cinco imigrantes.

Reuters
26 de Agosto de 2020 às 07:38
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"No meu marido, têm um Presidente que não vai parar de lutar por vocês e pelas vossas famílias", garantiu a primeira-dama, ela própria uma imigrante, num discurso no qual abordou o racismo e as vítimas da pandemia.

Melania Trump e dois dos cinco filhos do candidato do Partido Republicano, Eric e Tiffany, foram algumas das apostas em destaque no programa da convenção, que incluiu ainda uma intervenção inédita a partir de Israel, do secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, de um nativo-americano e de uma ativista anti-aborto.

A dez semanas das eleições presidenciais, Trump está sob crescente pressão para remodelar os contornos da campanha, enquanto tenta conter a pandemia e a devastação económica, com os republicanos a procurarem identificar uma mensagem política consistente que garanta a sua reeleição.

Pouco se falou da pandemia ao longo da noite de terça-feira, embora continue a ser um problema dominante para os eleitores.

O número de mortos por covid-19 nos Estados Unidos aproxima-se dos 180 mil, de longe o maior do mundo, e não há sinal de desaceleração. A taxa de desemprego do país ainda ultrapassa os 10%, mais alta do que durante a Grande Recessão. E teme-se que mais de 100 mil empresas fechem para sempre as portas.

A maioria das sondagens dão vantagem ao rival democrata Joe Biden, que também lidera em questões como caráter, confiança e simpatia.

Num dos poucos momentos emocionantes da noite, Trump mostrou um vídeo no qual assinava um perdão a Jon Ponder, um ex-assaltante de bancos condenado, que fundou uma organização que ajuda prisioneiros a reintegrarem-se na sociedade.

"Vivemos numa nação de segundas oportunidades", afirmou Ponder ao lado de Trump, que sublinhou, por sua vez, que "a vida de Jon é um belo testemunho do poder da redenção".

A convenção ficou igualmente marcada por um incidente: Mary Ann Mendoza, uma mulher do Arizona, cujo filho, um polícia, foi morto em 2014 num acidente de carro que envolveu um imigrante ilegal, foi retirada do programa minutos antes do início do evento.

Mendoza tinha direcionado os seus seguidores na rede social Twitter para uma série de mensagens anti-semitas e conspiratórias.

Os republicanos procuraram passar uma imagem de inclusão - para além da cerimónia de naturalização -, com as presenças e discursos do procurador-geral de Kentucky, Daniel Cameron, e a governadora da Florida, Jeanette Nunez.

Cameron foi o primeiro afro-americano a ocupar um cargo estadual no Kentucky. Nunez foi a primeira latina governadora na Florida.

Mike Pompeo discursou durante uma viagem oficial a Israel, o que já motivou críticas, e rompeu com décadas de tradição em que os secretários de Estado evitaram envolver-se na política doméstica.

Entre os elogios à atuação de Trump na política externa, Pompeo elencou o que foi alcançado com o atual Presidente no Irão e Coreia do Norte, por exemplo, mas sublinhou sobretudo a forma como tem sido gerido o dossiê chinês, tanto na responsabilização de Pequim quanto à pandemia, como no desenvolvimento do braço-de-ferro comercial.

As eleições presidenciais estão agendadas para 03 de novembro.

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