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Deputados do PSD querem que Centeno divulgue lista dos 70 balcões da CGD que vão fechar
O banco público já confirmou o fecho de cerca de 70 balcões mas não revelou quais. Os deputados do PSD pedem ao governo que publique estudo que sustentou a decisão e a lista de todas as agências que vão fechar.
Os deputados do PSD fizeram entrar no Parlamento, na passada sexta-feira, um requerimento e duas perguntas ao Ministério das Finanças, devido ao plano de fecho de balcões da Caixa Geral de Depósitos.
As duas perguntas dizem respeito ao fecho de dois balcões do banco público: S. Vicente da Beira (Castelo Branco) e Nogueira do Cravo.
No requerimento assinado por 17 deputados do PSD, estes pedem ao ministro das Finanças Mário Centeno uma "cópia do estudo que Caixa Geral de Depósitos diz ter efectuado sobre o encerramento de 70 balcões e a sua listagem".
Num comunicado divulgado na semana passada, o banco público confirmou que irá fechar perto de 70 das suas agências, querendo concluir a maior parte dos procedimentos já este mês. A Caixa alegou que a maior parte dos encerramentos dá-se nos grandes centros urbanos, mas não revelou oficialmente os locais onde acontecerão os encerramentos.
"Nem se conhecem os respectivos fundamentos, nem sequer a listagem completa das agências do banco público que irão encerrar", escrevem os deputados no requerimento, contrariando as justificações avançadas pela gestão do banco público.
A administração da CGD alega que "as agências a encerrar foram objecto de análise e, além da sua actividade e resultado económico, foram tidas em consideração questões como as acessibilidades a outras agências da CGD e a mobilidade da população".
Os deputados do PSD respondem que alguns dos encerramentos já conhecidos contrariam esta ideia e dão dois exemplos: S. Vicente da Beira (Castelo Branco) e Darque (Viana do Castelo). "Quem conheça as suas realidades locais – do ponto de vista social, humano e acessibilidades – só pode concluir que, ou aquelas informações são inverdadeiras, ou o estudo foi mal feito".
E por isso pedem que Mário Centeno liberte dois documentos: um com a cópia do estudo para a escolha dos balcões a encerrar e outro com as listagem dos balcões que o "governo/administração da CGD prevê encerrar durante o ano de 2018".
Os encerramentos de sucursais bancárias da instituição presidida por Paulo Macedo já são conhecidos desde o plano de reestruturação acordado com a Comissão Europa. Bruxelas tem obrigado ao emagrecimento dos bancos que recebem auxílios estatais. Até 2020, último ano do plano de reestruturação que está em curso desde o ano passado, o banco público tem de chegar às 480 unidades.
"Para obviar aos naturais transtornos, a CGD irá disponibilizar gratuitamente, durante um ano, um cartão de débito para utilização nas áreas automáticas e ATMs existentes em todo o território nacional e internacional", sublinha a instituição financeira, acrescentando que tem conseguido manter, nos encerramentos mais recentes, 95% dos seus clientes.
As notícias em torno do fecho de agências tem desencadeado contestação por parte de autarcas e de agentes políticos, a criticar a escolha da CGD.