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Costa sugere banir o ditado “entre marido e mulher não se mete a colher”

O primeiro-ministro considera que deve haver uma maior mobilização da sociedade a denunciar situações de violência doméstica, que muitas vezes não acontece por causa do ditado "entre marido e mulher não se mete a colher".

Bruno Simão
08 de Março de 2017 às 13:31
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António Costa considera fundamental abolir a ideia de que ninguém deve interferir nas relações conjugais, mesmo quando existem problemas de violência doméstica. O primeiro-ministro respondia a uma intervenção da deputada d’Os Verdes, Heloísa Apolónia, que exigia respostas para acabar com as mortes em situações de violência doméstica. Para Costa, mais do que a polícia, esse é um problema que exige "a mobilização de toda a sociedade", que é muitas vezes cúmplice da violência.

 

"É uma mobilização conjunta da sociedade sobre a qual temos de intervir. E aquele velho ditado de que ‘entre marido e mulher não se mete a colher’ é um ditado que, de uma vez por todas, tem de ser banido da nossa vida em sociedade, porque tem sido muito responsável pela cumplicidade colectiva em muitos e muitos homicídios, e não podemos consentir nessa cumplicidade", defendeu António Costa.

 
Heloísa Apolónia disse que a violência doméstica é "uma questão gravíssima no nosso país, recorrente demais".

"É preciso e fundamental que as vizinhanças" e "a própria consciência familiar" não compactuem "no silenciar nem no perdoar nem no adiar dos sinais de violência que existem". Costa lembrou uma exposição de fotografia da Visão, que inaugurou no ano passado e que "retratava vários casos de homicídios sobre mulheres". E em "todos ou na esmagadora maioria" desses casos, "a morte não tinha sido a primeira ocorrência".

 

"Quase todos os casos tinham tido complacência prolongada, perdão ou distracção por parte de quem não se podia ter distraído", notou.

 

Quanto à formação dos agentes policiais para lidarem com estes casos, Costa diz que está a ser "incrementada". "Sabemos bem como a boa articulação entre as CPCJ e a detecção precoce através dos agentes é absolutamente essencial para valorizar testemunhos" e "evitar que seja mantida uma relação", porque sem valorizar devidamente " os sinais de perigo" já "muitas vezes se chega tarde demais".

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