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Costa não acredita que BE ou PCP possam formar Governo com o PS

É habitual ver o primeiro-ministro regozijar-se com os resultados da actual governação e António Costa voltou a fazê-lo na entrevista à TVI. Porém, o líder do PS não acha possível que a plataforma parlamentar que sustenta o Executivo socialista possa evoluir para uma solução conjunta de Governo. Primeiro-ministro não diz se conta com Centeno.

Bruno Simão/Negócios
01 de Outubro de 2018 às 23:26
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António Costa não quer abrir o jogo quanto à futura estratégia do PS no pós-legislativas de 2019, preferindo manter campo aberto tendo em conta a imprevisibilidade do resultado eleitoral.

Mas se o primeiro-ministro fez questão de não dar pistas, na moção que levou ao Congresso socialista realizado no final de Maio, quanto à política de alianças do PS, isso numa altura em que se davam os primeiros passos de aproximação do PSD liderado por Rui Rio, desde então António Costa tem mostrado preferência por um cenário de continuidade da chamada geringonça.

Aqui, continuidade significa precisamente continuar com esta solução governativa, ou seja, em formato idêntico. Ficando excluída a muito falada possibilidade de Bloco de Esquerda e, ou, PCP (e Verdes) integrarem um Executivo de coligação com o PS. 

Em entrevista concedida na noite desta segunda-feira, 1 de Outubro, à TVI e questionado sobre o porquê dos resultados alcançados e da estabilidade conferida pela aliança parlamentar que suporta o actual Executivo socialista, o primeiro-ministro resumiu numa curta frase: "é [uma solução] estável por uma razão fundamental: cada um conhece bem a sua identidade e respeita a identidade dos outros".   

No entanto, essa diferença de identidade é a razão que impede, no entender do secretário-geral socialista, que a chamada geringonça possa evoluir no sentido de uma governação conjunta.

"O grau de divergência em matérias essenciais que existe entre todos os partidos é conhecido e não antevejo que seja possível minorá-lo o suficiente para podermos ter um grau de compromisso mais alargado", afirmou Costa na TVI. Essas divergência dizem essencialmente respeito à forma como é gerida a pertença à União Europeia e, principalmente, aos constrangimentos decorrentes da Zona Euro.

"Mas as coisas evoluem", disse admitindo um cenário distinto, ainda que remoto. Na semana passada, durante o debate quinzenal, Costa, dirigindo-se ao líder parlamentar do PCP, João Oliveira, garantia futuro para a geringonça afirmando que "vamos ser capazes de fazer mais porque há mais caminho". Costa tem repetido que mesmo que vença com maioria absoluta as eleições do próximo ano, prefere continuar a governar com base em acordos com os partidos da esquerda.

António Costa aproveitou ainda para rejeitar a ideia de aproximação ao PCP e simultâneo afastamento face ao Bloco. "A nova moda é dizer que estamos mais próximos do PCP do que do BE" e antes era o contrário, ironizou.

Costa não garante Centeno em novo Governo

Se para Costa a geringonça provou bem, também o provou a sua escolha para ministro das Finanças, Mário Centeno. "Provou ser um excelente ministro das Finanças", afirmou recordando as vozes que há três anos desconfiavam da capacidade do actual presidente do Eurogrupo para assumir pasta tão relevante.

Mas confrontado sobre se pretende continuar com Centeno num eventual novo Governo, isto quando se fala nas ambições internacionais do líder do Eurogrupo, falado inclusivamente para a próxima Comissão Europeia (será formada em 2019), António Costa não diz abertamente que quer continuar a contar com o seu ministro.

 "Quando houver eleições, se ganhar as eleições e tiver de formar Governo, logo veremos."

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