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Costa avisa que quer concertação mas rejeita "regateio social" dos baixos salários

O primeiro-ministro advertiu esta quarta-feira as confederações patronais de que o Governo defende a concertação, mas rejeita o "regateio social", sustentando a tese de que as empresas nacionais só serão competitivas a prazo se fixarem emprego de qualidade.

Lusa
20 de Dezembro de 2017 às 23:05
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António Costa falava no jantar de Natal do Grupo Parlamentar do PS, num momento em que decorrem negociações em sede de concertação social para a fixação do salário mínimo nacional em 2018.

 

"As empresas só conseguirão ficar a geração jovem mais qualificada que o país tem se oferecerem melhores condições de trabalho. Se os jovens portugueses continuarem a achar que partindo [do país] conseguem melhores oportunidades do que cá, então será muito difícil às empresas fixarem esses recursos humanos. E se não os fixarem não vão conseguir ser competitivas", declarou.

 

Depois, António Costa deixou um recado directo às confederações patronais: "Quando querem regatear o salário mínimo nacional, nós dizemos que queremos concertação social, mas não fazemos regateio social".

 

De acordo com o primeiro-ministro, o modelo do Governo "não é o país dos baixos salários, porque esse modelo não tem futuro no século XXI".

 

Na sua intervenção, o secretário-geral do PS rejeitou também críticas ao facto de os orçamentos deste Governo não contemplarem medidas como a descida do IRC, contrapondo que as empresas "devem perceber o futuro em que vão participar".

 

"Um orçamento amigo das empresas não é o que baixa o IRC, mas aquele que as apoia a fazer os investimentos que têm de fazer para poderem inovar, modernizar-se e melhorar os seus recursos humanos, sendo mais produtivas e competitivas. Este Orçamento ajuda as empresas a terem mais capitais próprios e a dependerem menos da banca. Temos de ter empresas do século XXI e não empresas que queiram viver à custa de baixos salários", frisou.

 

A primeira parte da intervenção do primeiro-ministro foi dedicada a salientar a ideia de que "este é um Governo do PS", com as marcas deste partido, embora seja suportado também no parlamento pelo Bloco de Esquerda, pelo PCP e pelo PEV.

 

"Este Governo reforçou a presença de Portugal no euro, retirou o país do Procedimento por Défice Excessivo e está a retirá-lo também da vergonhosa classificação de lixo" por parte das agências de 'rating', apontou ainda António Costa. 

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