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Convergir no essencial e afastar corrupção, pede Marcelo
“Não queremos ditaduras em Portugal. E sabemos que ditaduras por esse mundo fora não resolveram esta crise e, porventura, nem sequer a assumiram a tempo e com transparência”, disse o Presidente da República no seu discurso do 5 de outubro.
No momento “mais sofrido de 46 anos de democracia”, Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou as comemorações do 5 de outubro – tendo ido à câmara de Lisboa, mesmo depois de Lobo Xavier ter sido infetado por covid-19 depois de ter estado no Conselho de Estado – para deixar recados.
A crise deve ser superada “em conformidade com a ética republicana, que repudia compadrios, clientelas e corrupções”. Frase proferida depois de o Tribunal de Contas ter alertado para as regras que o Governo quer implementar para agilizar a contratação pública, podendo “contribuir para o crescimento de práticas ilícitas de conluio, cartelização e até mesmo de corrupção”. Um tema que está em cima da mesa agora que vão chegar milhões da Europa. Também por isso, disse que a “mudança só valerá realmente a pena se não servir só alguns portugueses privilegiados, mas permitir que se ultrapasse a pobreza, a desigualdade e a injustiça social”.
Mas houve mais recados. Novamente o Presidente, ao apelar à “convergência no essencial”, pediu – sem o referir – que não se promova a crise política e que se “evite quer o excesso de dramatização, quer o excesso de dramatização”. “Temos de continuar a sobrepor o interesse coletivo aos interesses individuais, a solidariedade ao egoísmo, a convergência que faz a força – convergência em liberdade não unicidade imposta – ao salve-se quem puder”.
Ainda ficou o recado para os extremismos. “Não queremos ditaduras em Portugal. E sabemos que ditaduras por esse mundo fora não resolveram esta crise e, porventura, nem sequer a assumiram a tempo e com transparência”.
No discurso do 5 de outubro, Marcelo – que não apresentou ainda a sua recandidatura à Presidência – fez uma convocatória: “Que ninguém pense que está dispensado de comparecer e de lutar”.