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Comissão Política do PS mandata António Costa para formar Governo
A Comissão Política Nacional do PS decidiu mandatar o seu secretário-geral, António Costa, para formar Governo, numa reunião que durou pouco mais de duas horas em que os socialistas se congratularam com a vitória que alcançaram nas legislativas.
"Os portugueses podem contar com o PS para assegurar uma política de melhoria das condições de vida em linha com os compromissos assumidos no seu programa eleitoral que dê continuidade às políticas que conduziram a significativos avanços e melhorias na vida dos portugueses. A Comissão Política decidiu mandatar o secretário-geral do PS para proceder à formação do Governo", lê-se no comunicado final da reunião desta noite, que decorreu em Lisboa.
Uma das poucas intervenções menos otimistas entre os socialistas da Comissão Política do PS partiu de Daniel Adrião, dirigente da corrente minoritária deste partido.
Daniel Adrião considerou que será uma legislatura "com muitos desafios, desde logo, porque as condições políticas se alteraram substancialmente e não se vislumbra como possível a repetição da solução da geringonça, uma vez que esta solução acabou por beneficiar eleitoralmente o PS, mas penalizou os parceiros da esquerda".
"Tanto o Bloco de Esquerda como o PCP perderam muitos votos. Mesmo o Bloco de Esquerda, que conseguiu manter o mesmo número de deputados, perdeu cerca de 50 mil votos. E no caso do PCP, que foi de longe o mais penalizado, perdeu cerca de 116 mil votos e seis deputados", apontou.
Daniel Adrião deixou também avisos sobre o sistemático aumento da abstenção de eleição para eleição.
"Espero que finalmente os meus apelos tenham eco, não por serem meus, mas porque estão em linha com a mensagem clara que a maioria dos eleitores portugueses expressou nestas eleições. A maioria dos portugueses não encontra razões para confiar nos partidos e no atual sistema político", disse.
Para Daniel Adrião, "é hoje de uma evidência esmagadora que Portugal tem um sistema político-eleitoral para a Assembleia da República que já não satisfaz minimamente e que é incapaz de responder às novas dinâmicas sociais".