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Comissão de inquérito da CGD não vai discutir demissão de António Domingues
A esquerda foi contra o presidente da comissão de inquérito e recusou os requerimentos para ouvir Domingues e Centeno sobre a demissão do gestor.
A comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos não vai discutir a demissão de António Domingues. Nem o presidente demissionário nem o ministro das Finanças. A esquerda chumbou.
"A minha decisão foi revogada", ditou José Matos Correia, o presidente social-democrata que lidera a comissão de inquérito, após a audição de Bagão Félix.
O PSD quis chamar Domingues e Centeno para falarem sobre a demissão. O presidente da comissão aceitou o requerimento. Mas esbarrou na esquerda, que defende que o inquérito parlamentar tem um objecto: as causas da capitalização de 5,16 mil milhões de euros; a demissão é posterior.
O PS apresentou um recurso. "O requerimento [do PSD] é nulo por violar o objecto da comissão", argumentou o socialista João Galamba. Ao seu lado estiveram Miguel Tiago, do PCP, e Moisés Ferreira, do BE. Contra, o CDS, com João Almeida a dizer que a demissão do presidente da CGD deveria constar da comissão de inquérito que se debruça sobre o banco.
As audições a Centeno e Domingues (que seriam as segundas de cada um no inquérito parlamentar) na comissão de inquérito foram chumbadas. Mas esta mesma terça-feira foram aprovadas as idas de ambos ao Parlamento, mas à comissão de Orçamento e Finanças por proposta do PS. Os socialistas justificam esta convocatória com o facto de esta ser a comissão permanente que analisa o banco estatal e que não tem um objecto limitado.