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Catarina Martins insiste que reestruturação da dívida “é um caminho inevitável”

Catarina Martins diz que o Bloco de Esquerda não vai abdicar do seu programa e insiste na necessidade de reestruturar a dívida pública. A líder dos bloquistas acusa o anterior Executivo de "fraude eleitoral" e alerta para os riscos do sistema financeiro.

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03 de Dezembro de 2015 às 10:42
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A porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, iniciou o segundo dia de debate sobre o programa do Governo na Assembleia da República com críticas ao anterior Executivo. A líder dos bloquistas acusa PSD e CDS de terem mentido na campanha eleitoral sobre a devolução da sobretaxa do IRS.

"Há quem tenha ido votar acreditando que a sobretaxa ia ser devolvida", afirmou Catarina Martins. "Não deixa de ser estranho que a direita, que tanto falou de ilegitimidade, não tenha encontrado um segundo para falar da fraude eleitoral que foi a sua campanha".

A porta-voz do Bloco de Esquerda aponta que "não há uma única palavra sobre a sobretaxa, que não vai ser devolvida", sobre o défice, "sobre a dívida que triplicou". "Ao Bloco de Esquerda, os números não surpreendem. Dissemos logo: propaganda e mentira".

Trata-se, portanto, de mais uma "demonstração da necessidade de um Governo que afaste o PSD e o CDS e trave o empobrecimento do país", atirou Catarina Martins, acrescentando que foi a essa exigência que o Bloco respondeu.

O acordo firmado com o Partido Socialista não assenta apenas no afastamento da direita, explicou a líder do BE, mas também em compromissos concretos para proteger salários e pensões e travar privatizações. "Do mesmo modo franco em que participámos na construção desta solução, comprometemo-nos nos também em não abdicar do nosso programa", frisou a líder dos bloquistas, que insiste na necessidade de reestruturar a dívida pública portuguesa.

"Sabemos e afirmamos desde sempre que este caminho exige um processo de reestruturação da dívida pública que traga justiça à economia. A reestruturação da dívida parece-nos um caminho inevitável", afirmou.

O sector financeiro "é um risco que não podemos ignorar"

Catarina Martins dedicou parte da sua intervenção na Assembleia da República aos problemas do sector financeiro que, para a líder do BE, continua a ser um risco para o país "que não podemos ignorar".

Conhecendo os problemas do Banif e do Novo Banco, "a prioridade tem de ser mesmo não repetir os erros do passado. Não pode o Governo esconder-se atrás do Banco de Portugal, e o Banco de Portugal apresentar pela calada facturas cada vez mais pesadas aos portugueses".

A líder do Bloco de Esquerda nomeou Sérgio Monteiro – encarregue de vender o Novo Banco – para sublinhar os riscos de se repetirem os erros do passado.

"Ver Sérgio Monteiro apresentar projectos de reestruturação em Bruxelas, que ninguém conhece, lembra de mais o passado para dar garantias do futuro. Exigimos uma clara prestação de contas ao sistema financeiro. Esconder problemas como sempre fez a direita trouxe instabilidade à vida das pessoas. A mudança da política passa também por aqui", concluiu. 

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