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Catarina Martins exige efectivação concreta das medidas aprovadas pelo Governo

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, sublinhou este domingo a importância de as medidas anunciadas no Conselho de Ministros extraordinário sobre incêndios terem uma "efectivação concreta".

Miguel Baltazar
22 de Outubro de 2017 às 14:46
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No discurso de encerramento da cimeira europeia Plano B, em Lisboa, Catarina Martins afirmou que "boa parte das medidas já tinha sido discutida e aprovada no parlamento, tanto durante o último Governo como neste Governo, e na verdade o que falta é efectivá-las".

Referindo estarem em causa "medidas importantes", a dirigente indicou que da parte do partido seu haverá uma "vigilância atenta para o cumprimento das medidas que foram anunciadas" e "uma exigência sempre presente" para estes temas.

"Para o BE há um compromisso que é essencial: nada pode ficar na mesma, não podemos ter tragédias destas a sucederem-se e o nosso compromisso é para a efectivação concreta das mudanças anunciadas", disse, acrescentando que para essa efectivação são necessários meios.

Numa altura de início do debate do Orçamento do Estado para 2018, Catarina Martins notou que a Comissão Europeia, "tão generosa", já fez saber que Portugal poderá ficar isento de cumprir limites para "reparar a tragédia".

"Mas nós precisamos mais do que isso, nós precisamos do investimento público para prevenir novas tragédias", defendeu.

A líder do BE referiu que as metas do défice "não podem obstaculizar o apoio imediato", nem impedir um investimento futuro na gestão da floresta, na organização do território e no combate ao abandono da terra, com uma "estratégia económica para que nenhuma população seja abandonada".

Para Catarina Martins, seria ainda um "erro terrível" achar que Portugal iria melhorar se abandonasse a trajectória de recuperação de rendimentos, salários e pensões".

Voltando a questões da União Europeia, a bloquista recordou passarem dez anos sobre a assinatura do Tratado de Lisboa, selado por um "abraço entre José Sócrates e Durão Barroso e um 'porreiro, pá'".

"E nós perguntávamos 'porreiro para quem'? Dez anos passados, a resposta está à vista: para os povos não foi porreiro seguramente", declarou a dirigente, defendendo que se "rejeitem tratados que criam problemas para que se construa um caminho solidário".

Catarina Martins referiu também que neste encontro de representantes de vários partidos de esquerda há apoio à autodeterminação da Catalunha em relação a Espanha.

"A autodeterminação é essencial à democracia e uma esquerda que é esquerda nunca nega a autodeterminação", afirmou.

Portugal registou este ano mais de 100 mortes devido aos incêndios florestais.
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