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Catarina Martins defende que país ganha com "clareza" de diferenças entre PS e BE
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, sinalizou esta quarta-feira que foi possível um entendimento com o PS para "parar o empobrecimento", mas defendeu que o país ganha com a "clareza" nas diferenças de ambos os projectos políticos.
"Acho que o país ganha com a clareza sobre a diferença dos projectos políticos e das alternativas presentes em cada momento", vincou esta quarta-feira, 5 de Abril, Catarina Martins à agência Lusa, quando questionada sobre uma entrevista de terça-feira, 4 de Abril, do primeiro-ministro à Rádio Renascença, na qual António Costa disse ser sua vontade renovar os acordos de Governo com o BE, PCP e PEV numa próxima legislatura, independentemente de o PS ter ou não maioria absoluta no parlamento.
A líder bloquista frisou que o seu partido é "diferente do PS, tem propostas diferentes, uma forma diferente até de encarar muitas das questões" da democracia.
E rematou: "Foi possível encontrar convergências [com o PS] em matérias essenciais para parar o empobrecimento em Portugal, mas julgo que isso não confunde os partidos, pura e simplesmente responde sobre a sua responsabilidade no momento em que foi necessário fazê-lo".
Numa entrevista à Rádio Renascença, em que elogiou o contributo do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para a estabilidade política no país, António Costa foi questionado sobre se tem "o sonho" de conseguir uma maioria absoluta para o PS nas próximas eleições legislativas.
"Não tenho sonhos desses", respondeu imediatamente, começando por alegar que o voto cabe aos cidadãos e que não espera que haja eleições antes do final da legislatura.
"Para mim, uma coisa é certa: esta solução governativa é uma boa solução com maioria absoluta ou sem maioria absoluta. Se, no final da legislatura, houver eleições e houver maioria absoluta, da minha parte entendo que, havendo disponibilidade do Bloco de Esquerda, do PCP e do PEV para renovarem este acordo, seria útil que isso acontecesse", sustentou o líder dos socialistas.