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Catarina Martins: Bloco não vai às eleições autárquicas para "marcar calendário"

A líder do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, disse na segunda-feira que o partido vai participar nas eleições autárquicas para "disputar a sério" e não para "marcar calendário".

Miguel Baltazar
25 de Abril de 2017 às 00:07
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"O BE não vai para estas eleições autárquicas para marcar calendário. Vamos para disputar a sério. Vamos disputar as eleições autárquicas com toda a nossa determinação e chamando todos a juntarem-se a nós neste percurso", referiu Catarina Martins, durante a inauguração da sede na Marinha Grande, ao salientar que a "força do BE faz a diferença no país"

 

Segundo a coordenadora do BE, o combate que o partido tem pela frente é "muito a sério", porque pretende "levar o mais longe possível toda a transformação que formos capazes de fazer em nome das pessoas" e para isso é "preciso ter mais força no poder autárquico".

 

"Como é que concretizamos mudanças, que até somos capazes de fazer do ponto de vista legislativo, sem capacidade local? Como é que os avanços que fizemos da legislação, como a igualdade de homens e mulheres, se transporta para um quotidiano com mais igualdade e sem violência se as autarquias estiverem completamente alheias desse esforço?", questionou.

 

Recordando a canção da Madrugada, "o povo é quem mais ordena", Catarina Martins afirmou que "a Liberdade, escrita por Sérgio Godinho só é liberdade quando é mudar e decidir", e nas autárquicas deste ano o BE "fala disso".

 

Para a coordenadora do BE, as "eleições autárquicas são centrais" e é preciso "concretizar a recuperação necessária" ao país. "Façamos jus ao 'povo é quem mais ordena' e não deixemos que continuem a dizer-nos que quem mais ordena são os banqueiros da Goldman Sachs. É isso que também estamos a escolher nas eleições autárquicas. Por isso, é importante dar força ao Bloco nas autárquicas. Fará a diferença em cada freguesia e em cada concelho", declarou.

 

Durante o seu discurso, Catarina Martins lembrou ainda o eurodeputado do BE Miguel Portas: "hoje é um dia feliz, porque estamos na noite da véspera do 25 de Abril, mas é também um dia pesado para o Bloco de Esquerda, porque faz cinco anos que o Miguel Portas morreu."

 

"Se o Miguel tinha uma frase que marca o éden do Bloco é que estamos cá para defender os de baixo, são esses que precisam de nós. É com esses que se constrói o futuro; é no respeito pelos de baixo que se constrói a igualdade e a liberdade que fez o sonho do 25 de Abril que andou muito, mas que temos muito por concretizar", vincou.

 

Catarina Martins apelou ainda para que seja possível "fazer nas autárquicas o que foi feito nas legislativas", ou seja, "listas com gente de verdade, gente que vive, trabalha e sente os problemas da população".

 

"Não é gente que passou anos fechada num gabinete ou que esteve numa jota qualquer à espera do dia de saltar para um qualquer cargo. É assim que se faz. E [BE] tem dado provas de que este é o caminho certo, a que se deve juntar muito mais gente. A força do Bloco faz a diferença e fará a diferença com todos", rematou.

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