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Bloco de Esquerda identifica temas convergentes com PS e PCP "que nunca ficarão na mesma"

Catarina Martins disse terça-feira que BE, PS e PCP, para lá de cenários macroeconómicos, estão a discutir convergências, identificando aborto, adopção, exames do primeiro ciclo e entrega dos hospitais às misericórdias como temas "que nunca ficarão na mesma".

Um Governo que 'não tenha Pedro Passos Coelho nem Paulo Portas, que vire a página da direita e que permita proteger emprego, salários e pensões', e cuja forma 'será conhecida logo que possível', em 'um dia ou dois'.
Miguel Baltazar/Negócios
21 de Outubro de 2015 às 07:45
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A porta-voz bloquista esteve terça-feira à noite numa sessão pública no Porto, na qual respondeu a inúmeras perguntas do público presente, tendo explicado que nas negociações que BE, PS e PCP têm levado a cabo não se está só "a discutir cenários macroeconómicos", mas também "propostas concretas em que ao longo destes quatro anos houve convergências" e os pontos que estão nos programas do Governo dos três partidos que são convergentes.

 

"Aconteça o que acontecer há coisas que nunca ficarão na mesma. Eu sei que a humilhante lei do aborto que estes fizeram vai ser revogada. Não há nada que possa parar hoje o processo de parar com o preconceito à frente do superior interesse das crianças e tirar o preconceito do código civil para a adopção ser feita só a pensar nas crianças e na felicidade", começou por elencar.

 

Na opinião da líder do BE, ninguém perdoaria que estes partidos não acabassem "com o calvário dos exames das crianças do primeiro ciclo", havendo também total acordo em não continuar a entregar hospitais às misericórdias.

 

"Temos estado a discutir coisas complexas sobre balizas do programa de governo e algumas balizas para começarmos a debater Orçamento do Estado porque ninguém pode dizer que viabiliza um Governo sem começar a perceber qual é o quadro macro em que pode viabilizar um Orçamento", explicou ainda.

 

Catarina Martins foi peremptória: "O Bloco de Esquerda não dorme em serviço e aqui está com as propostas que sempre teve de transparência, de combate à corrupção, de vigilância para a defesa do interesse público e não há ninguém que não saiba que um grupo parlamentar reforçado será um grupo que fará uma reforçada fiscalização ao Governo".

 

Garantindo que "nenhum de nós está aqui a discutir um lugar não sei aonde", houve vários temas sobre os quais a líder bloquista explicou aos presentes que não podia avançar uma resposta definitiva uma vez que estão na mesa das negociações neste momento.

 

"O salário mínimo nacional, não escondo que é uma das dificuldades maiores das negociações, em que em todo o caso temos vindo a ter aproximações às posições que me parecem bem encaminhadas", respondeu a um dos presentes.

 

Outro tema em discussão são as pensões e aí, a deputada bloquista foi peremptória: "com estas negociações acabou o discurso mole de Paulo Portas de achar que pensões mínimas eram só as pensões sociais".

 

"Eu não posso anunciar que está tudo como nós gostaríamos, mas posso dizer uma coisa: a hipocrisia de tratar, como a direita tratou, as pensões mínimas apenas como sendo as sociais, deixando de lado as pensões mínimas contributivas, essa acabou", disse, garantindo que agora quando se fala de pensões mínimas estão em causa todas e recordando que "o programa do PS considerava só a actualização das pensões mínimas sociais, não considerava as outras".

 

Advertindo que o processo ainda não acabou e não depende só do BE - "depende por exemplo de um PS onde há tensões" - Catarina Martins não prometeu garantias por outros partidos, mas fê-lo pelo Bloco.

 

"Ficar a ver este momento passar sem fazer nada, acho que não nos perdoaremos. Prefiro mil vezes que possa haver toda a especulação sobre as posições do Bloco de Esquerda durante dois, três dias, semanas, o que for, mas daqui a três meses ter a certeza que lutámos por uma solução real que fez a diferença na vida das pessoas", sublinhou, acrescentando que o partido não ficará "a ver a história passar".

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