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Projecções: Bloco alcança resultado histórico, PCP o pior de sempre

As sondagens à boca da urna indicam que Marisa Matias terá dado ao Bloco o seu melhor resultado em eleições presidenciais. Já com Edgar Silva, poderá passar-se o oposto: o pior resultado do PCP em eleições presidenciais.

Paulo Duarte
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Os dois partidos de esquerda que apoiam o Governo de António Costa terão noites eleitorais muito diferentes. O Bloco de Esquerda tem fortes razões para festejar aquele que será, de longe, o seu melhor resultado em eleições presidenciais, ao passo que o PCP se arrisca a ter o pior.

Ainda não estão disponíveis dados oficiais, mas as sondagens à boca das urnas são claras na tendência de voto que dão para os dois partidos. A candidatura de Marisa Matias terá garantido o terceiro lugar, muito à frente de Maria de Belém, que se precipitou face às sondagens publicadas na primeira semana de campanha. As sondagens agora divulgada convergem num ponto médio de 10% de votos para Marisa. O melhor resultado do bloco, em presidenciais, foi obtido por Francisco Louçã, então líder do partido, que foi pouco além dos 5%, em 2006. Em 2011, o partido não apresentou candidato próprio, optando por apoiar Manuel Alegre. 

José Gusmão, dirigente a quem coube fazer a primeira declaração após publicação das sondagens, não escondia a sua satisfação pelo resultado. Em pleno ambiente de festa na sede de campanha de Marisa Matias, José Gusmão afirmou que "todas as projecções apontam para um grande resultado da candidatura de Marisa Matias". "Será de longe", acrescentou, "o maior resultado alguma vez obtido em presidenciais por uma candidatura desta área política". O dirigente sublinhou que foi esta a "candidatura que mais espaço político conquistou durante neste processo eleitoral".


Já em relação ao PCP, as sondagens apontam para um resultado inferior a 5%. A verificar-se, será o pior de sempre. Até agora, o pior resultado tinha sido obtido por António Abreu, em 2001, com 5,2% dos votos. Já o melhor resultado foi obtido por Carlos Carvalhas, 10 anos antes, com quase 13% dos votos. Nas últimas eleições, em 2011, Francisco Lopes registou cerca de 7% dos votos.

Por volta das 20h50, Rita Rato, deputada comunista dá a cara pela primeira reacção dos comunistas. "Ainda nada está decidido", disse a deputada, para quem a inexistência de uma segunda volta "não é positiva". "Queríamos um candidato da área democrática que pudesses fazer a diferença". Contudo, acrescentou, "estamos satisfeitos com a campanha que realizámos". 

 

 

Efeito na política nacional?

Os resultados eleitorais dos dois partidos que suportam o Governo de António Costa poderão ter impacto ao nível do posicionamento dos partidos. Se o bom resultado do Bloco de Esquerda deverá consolidar a estratégia seguida pelo Bloco, de cooperação com o PS sem se afastar da sua linha ideológica, já os poucos votos obtidos pela candidatura comunista poderão ter efeitos menos claros.

Dependerá da leitura que a direcção comunista fizer dos resultados destas eleições. Se os atribuir exclusivamente à candidatura e ao candidato, não deverá esperar-se grandes consequências. Mas se, pelo contrário, ler nos números uma rejeição do eleitorado ao apoio concedido ao governo PS, então a vida pode complicar-se para António Costa. No entanto, esta é uma análise complexa e com muitas nuances: pode haver quem veja aqui um descontentamento do eleitorado com a postura híbrida do partido que, ao mesmo tempo que apoia o Executivo, não perde uma oportunidade de tornar pública a sua discordância em matérias muito concretas, adoptando um tom bem mais crítico do que o do Bloco de Esquerda. 

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