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Marisa Matias surpreende e conquista 10% dos votos
A candidata do Bloco de Esquerda foi a segunda vencedora da noite, ao conseguir a terceira posição com 460 mil votos. Marisa Matias vê uma “enorme esperança” a crescer e diz que fez tudo o que podia para travar Marcelo.
Marisa Matias foi a segunda vencedora destas eleições presidenciais: conseguiu ficar em terceiro lugar, consolidando o Bloco de Esquerda como terceira força política; e garantiu ao Bloco o seu melhor resultado em eleições presidenciais, duplicando o que foi obtido pelo anterior líder do partido, Francisco Louçã, em 2006.
E mais: Marisa Matias repetiu a proeza da líder do seu partido, Catarina Martins, ao escalar nas intenções de voto de forma impressionante. No início da campanha, as sondagens davam-lhe 3% dos votos. E no final, acabaram por votar na eurodeputada 10,1% dos portugueses que se deslocaram às urnas.
No total, foram mais de 460 mil votos, menos 90 mil do que nas eleições legislativas, em que o Bloco de Esquerda obteve, em termos percentuais, um resultado idêntico.
Isso mesmo foi destacado pelo dirigente bloquista José Gusmão, a quem coube fazer a primeira declaração após a publicação das projecções. Esta foi a "candidatura que mais espaço político conquistou durante neste processo eleitoral".
"Uma enorme esperança a crescer no país"
A candidata bloquista considerou que o resultado por si obtido mostra que "há uma enorme onda de esperança que está a crescer no nosso país". Recebida na sede da sua candidatura presidencial em ambiente de festa, defendeu que o terceiro lugar alcançado nestas presidenciais "mostra que há uma enorme onda de esperança que está a crescer no nosso país" e que a eleição de Marcelo Rebelo de Sousa não se deveu a nenhum fracasso da sua candidatura.
A eurodeputada aproveitou ainda para agradecer todo o apoio recebido nesta campanha garantindo que não vai desistir nem esquecer todas as pessoas que lhe pediram ajuda.
"Bloco mudou o mapa político de Portugal"
Já Catarina Martins, a líder do Bloco de Esquerda, reconheceu que "a vitória da direita nestas eleições é uma derrota da esquerda", sustentando que esta deve retirar as devidas ilações. E numa crítica ao posicionamento do PS, ou antes à falta dele, nestas eleições, a porta-voz do Bloco sublinhou que a "ambiguidade" e a "desistência" não são as formas de actuar do BE.
E em jeito de proclamação de vitória nesta noite de festa, Catarina Martins disse que "depois das legislativas de Outubro, estas eleições confirmam o que muitos não queriam perceber: a determinação do Bloco mudou o mapa político em Portugal".