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Bloco de Esquerda alerta para "claras limitações" no governo do PS nos direitos do trabalho
O líder parlamentar do BE disse hoje, no Funchal, que a actual situação do país com o governo do PS é "muito mais positiva", mas advertiu para a existência de "claras limitações" no que toca aos direitos do trabalho.
"Vemos que há propostas de combate à precariedade e o PS comprometeu-se com limitar o acesso das empresas aos contratos temporários mas não teve coragem de o fazer", afirmou Pedro Filipe Soares, no encerramento da VII convenção regional do Bloco de Esquerda, que elegeu Paulino Ascensão como novo coordenador.
Paulino Ascensão, que é deputado do BE/Madeira na Assembleia da República, concorreu contra o até então líder bloquista, Roberto Almada, que liderou o partido na região autónoma durante dez anos, tendo vencido com 114 votos, num total de 182 votantes.
"A situação actual no país é muito mais positiva, mas muito mais positiva do que aquela que tínhamos no passado, quer com a direita, quer com o PS sozinho a governar, mas está longe de ser uma situação sem limitações na vida das pessoas", disse o líder parlamentar do BE.
Pedro Filipe Soares destacou, sobretudo, os direitos do trabalho, afirmando que há "claras limitações" do PS nesse campo.
"Aquilo que podia ser feito, o governo do Partido Socialista não está a ter coragem de fazer", vincou.
Entretanto, o novo coordenador regional do Bloco de Esquerda prometeu melhorar a organização interna, definir planos de trabalho com rigor e formar melhor as equipas de trabalho de modo a "haver mais preparação dos dossiês" e consequentemente propostas "mais bem fundamentadas e que marquem a agenda" política da Madeira.
"Agora há que fazer as coisas que a minha lista criticava que não estavam a ser bem feitas e tentar envolver o máximo de pessoas nesse trabalho fundamental, quer novas pessoas que queiram entrar, quer os que já lá estavam, dos 16 anos 96 anos, para tentar marca a diferença", salientou.
Paulino Ascensão considerou, por outro lado, a possibilidade de abandonar o lugar de deputado na Assembleia da República vai ser "objecto de avaliação", mas também sublinhou que "a direcção é um colectivo e o partido não pode ficar dependente apenas da pessoa do coordenador".