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Biden escolhe para secretário de Estado defensor de alianças globais. E Yellen para o Tesouro
Joe Biden continua a formar equipa e a imprensa internacional tem avançado vários nomes. A seleção do presidente eleito dos EUA deverá ser formalmente anunciada amanhã.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, continua a escolher a sua equipa, estando previsto que amanhã, 24 de novembro, apresente a lista completa. Hoje já foram avançados vários nomes pela imprensa internacional.
Um deles, de acordo com fontes próximas do processo citadas pela Dow Jones Newswires, será Antony Blinken, para o cargo de secretário de Estado.
A confirmar-se, Biden escolhe assim "um conselheiro de política internacional e diplomata confiável para supervisionar o trabalho de reconstrução das relações dos EUA com o resto do mundo", refere a DJ Newswires.
Blinken, de 58 anos, ocupou o cargo de conselheiro de política internacional de topo de Biden durante a campanha presidencial. Tem estado ao lado de Joe Biden nos últimos 20 anos.
O responsável aposta no multilateralismo, um posicionamento bastante diferente do assumido pela Administração Trump – que optou pelo unilateralismo. O The New York Times cita-o como um "defensor de alianças globais".
Neste cargo, Blinken tentará unir os céticos parceiros internacionais numa nova via que integre a concorrência da China, referiram ao mesmo jornal fontes próximas deste processo.
Entre as suas novas prioridades estará o restabelecimento dos EUA como um aliado de confiança que está preparado para voltar a integrar acordos e instituições globais das quais saiu durante a Administração Trump, como é o caso do Acordo de Paris sobre o Clima, o acordo nuclear do Irão e a Organização Mundial de Saúde.
Também a OMC poderá sair do impasse. A Administração Trump, recorde-se, paralisou o Mecanismo de Resolução de Litígios da Organização Mundial do Comércio, ao recusar aprovar quaisquer nomeados para substituírem os juízes cessantes do Órgão de Apelação da OMC, conforme salienta Anne Krueger, antiga economista-chefe do Banco Mundial, no seu mais recente texto de opinião para o Project Syndicate.
"Era junto do Mecanismo de Resolução de Litígios que os países podiam apresentar as suas queixas sobre suspeitas de violações das regras da OMC. No entanto, por falta de quórum devido à intransigência de Trump, esse mecanismo não pode pronunciar-se sobre essas questões. (…) Restaurar a capacidade operacional do Mecanismo de Resolução de Litígios da OMC é algo que pode e deve ser feito rapidamente", acrescenta Krueger, que é investigadora sénior na Faculdade de Estudos Internacionais Avançados da Universidade Johns Hopkins.
Antony Blinken foi secretário de Estado adjunto durante o segundo mandato do presidente Barack Obama e foi conselheiro de segurança nacional de Biden enquanto este foi vice-presidente de Obama, recorda a DJ Newswires.
Yellen no Tesouro
Foi também referido hoje, mais uma vez, o nome de Janet Yellen (na foto), ex-presidente da Fed, para secretária do Tesouro - será a primeira mulher no cargo.
Yellen, de 74 anos, que foi também a primeira mulher a chefiar a Fed (2014-2018), era uma das conselheiras presidenciais da candidatura de Biden.
Entre as funções da futura Secretária do Tesouro vai estar a negociação da política económica dos Estados Unidos com o senador Mitch McConnel, republicano eleito pelo Kentucky, e que vai continuar a ser o líder da maioria republicana no Senado.
Joe Biden, ao que foi hoje avançado, deverá também nomear a diplomata Linda Thomas-Greenfield como embaixadora dos Estados Unidos na ONU.
Já Jake Sullivan, veterano do Departamento de Estado, deverá ser a escolha para o cargo de conselheiro de segurança nacional.
Por seu lado, John Kerry deverá ser a escolha como enviado especial para o Clima, enquanto Avril Haines deverá ocupar a direção da Inteligência Nacional.
Foi também avançado nesta segunda-feira que Biden escolherá o cubano-americano Alejandro Mayorkas para secretário da Segurança Nacional.