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BE apresenta projecto de resolução para eliminar aumento dos transportes

O Bloco de Esquerda (BE) apresentou na Assembleia da República um projecto de resolução com vista à eliminação dos aumentos recentes dos títulos de transportes, anunciou hoje a coordenadora do partido, Catarina Martins.

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16 de Janeiro de 2013 às 12:43
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"Apresentámos já um número de iniciativas sobre esta matéria no Orçamento do Estado, tentámos impedir que os passes pudessem aumentar mais do que a inflação. Vemos agora no início do ano que aumentaram em muitos casos mais de 20 por cento. Temos agora um projeto de resolução na Assembleia da República para que estes aumentos não possam acontecer", afirmou hoje Catarina Martins, em Lisboa.

 

A coordenadora do Bloco de Esquerda esteve hoje de manhã, juntamente com outros militantes do partido, como a deputada Ana Drago, junto à estação de metro do Campo Grande, em Lisboa, a apresentar o projeto do BE contra o "aumento abusivo dos transportes".

 

Catarina Martins referiu que o projeto de resolução apresentado é também "para que voltem os passes [próprios] do Metro e da Carris", extintos no final do ano passado.

 

A partir de janeiro deste ano passou a estar disponível em Lisboa apenas um único título mensal - o Navegante - que custa 35 euros e permite fazer viagens em três operadores: Metro, Carris e CP (nos percursos Belém-Cais do Sodré, Benfica-Rossio, Benfica-Oriente, Oriente-Santa Apolónia e Alcântara Terra-Oriente).

 

O BE considera que os transportes públicos têm tido "aumentos incomportáveis para as famílias".

 

Catarina Martins recorda que", no último ano, houve aumentos acima dos 30%, e para as crianças, jovens, estudantes e pessoas de mais idade houve aumentos de mais de 100%, com o fim de parte dos passes".

 

O despacho governamental que estabelece o aumento dos transportes foi publicado a 19 de dezembro e fixou em 0,9% o aumento médio para 2013, confirmando o que o secretário de Estados dos Transportes já havia assumido quando garantiu que os aumentos iriam ficar "em linha com a inflação" prevista no Orçamento do Estado para 2013, ou seja, 0,9 por cento.

 

As tarifas tiveram um aumento médio de 4,5% em janeiro de 2011, decidido ainda pelo anterior governo de José Sócrates, e voltaram a sofrer uma subida intercalar de 15% em agosto do mesmo ano, cerca de um mês depois de o Governo de Pedro Passos Coelho entrar em funções.

 

Em janeiro de 2012, os transportes aumentaram mais 5 por cento.

 

A título de exemplo, o passe mensal do Metropolitano de Lisboa aumentou 65% em dois anos: no início de 2011 custava 19,55 euros, com o aumento intercalar de agosto passou para 23,90 e em janeiro de 2012 subiu para 29 euros.

 

"Neste momento, uma família que viva na periferia de Lisboa paga 180 euros para chegar a Lisboa, pai, mãe e dois filhos. Isto é incomportável. Quem pode vem de carro, quem não pode fica sem direito a transporte", disse Catarina Martins.

Os transportes públicos perderam 33 milhões de passageiros entre janeiro e setembro de 2011 e este ano, de acordo com os dados contabilizados pelo Instituto Nacional de Estatística.

 

Nos primeiros nove meses de 2012, os barcos, comboios e Metropolitano de Lisboa e Porto transportaram cerca de 278 milhões de passageiros, uma descida de 10,6% face aos mais de 311 milhões de utilizadores que usaram estes transportes no mesmo período de 2011.

 

Na Carris, entre janeiro e outubro deste ano viajaram 144 milhões de passageiros, menos 22% do que do que nos primeiros dez meses de 2011 (185 milhões de passageiros).

 

A coordenadora do BE acrescenta que "há já 12 milhões menos de utentes dos transportes públicos em Portugal" e defende que "o que o Governo está a fazer é acabar com a mobilidade, acabar com os transportes públicos e tornar o quotidiano das pessoas ainda mais difícil, numa altura em que os salários são ainda mais reduzidos".

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